O mercado das favelas no Brasil conta com 13 milhões de consumidores, movimentando 120 bilhões de reais, de acordo com estudo do Data Favela e Locomotiva, encomendado pela Comunidade Door.
De olho nesse potencial, especialistas apontam que a iniciativa do mercado é de ampliar as vozes que vêm da periferia por meio da influência digital. Além disso, os nano e microinfluenciadores comunitários são os creators que possuem a capacidade de levar o conteúdo com autenticidade para esse público.
“Cada vez mais as marcas estão percebendo o poder da microinfluência. As grandes celebridades são muito importantes e possuem poder de conversão, mas por terem uma audiência mais pautada em assuntos específicos, os microinfluenciadores têm um engajamento diferente” destaca Guilherme Pierri, Co-CEO e Fundador do Digital Favela durante o 4ª Prêmio Microinfluenciadores Digitais e 10ª edição do Fórum sobre Marketing de Influência.
No passado, as marcas pautavam o assunto e as celebridades reproduziam em suas redes. Hoje, o comportamento é muito mais orgânico e os microinfluênciadores trazem um ponto de vista genuíno na hora de influenciar, o que agrada ao público consumidor.
“O engajamento do micro é diferente de um macro, acaba sendo até dez vezes maior, pois estamos falando de uma audiência muito fiel. É um público muito mais nichado e definido”, completa Pierri.
A linguagem importa
Não só o meio mas também a forma em que a mensagem é transmitida importa para esse público. “As favelas têm códigos, signos e linguagens muito específicas. Nem se as marcas quisessem elas conseguiriam transmitir a mensagem sem o auxílio de quem conhece essa realidade”, afirma Pierri.
Valter Sousa Rege, Criador de Conteúdo do Digital Favela, acredita que o advento da Internet deu voz para a favela e trouxe grande impacto para o audiovisual e para a publicidade.
“A partir do momento em que chegou o WiFi e a Internet, nós começamos a verbalizar, contar nossas histórias e querer estar dentro daquilo que estamos consumindo. Se eu não me vejo eu não consumo. O protagonismo da favela na publicidade é importante”, afirma.
Potencial de influência
Desenvolver o sonho dos nano e microinfluenciadores não foi fácil, já que apesar do grande poder de influência dentro daquele território, eles não se identificavam como criadores de conteúdo. Apesar de os creators não enxergarem o próprio potencial de engajamento dentro daquele nicho, esse é um aspecto já está sendo reconhecido e explorado pelas marcas.
“Quando iniciamos o recrutamento dos influenciadores das favelas percebemos que eles não enxergavam o poder de influência. Começamos um movimento até de institucionalizar uma profissão para pessoas que não viam o potencial algum para geração de renda”, afirma o Co-CEO e Fundador do Digital Favela.
Como criador de conteúdo, Rege recomenda que os nano e microinfluenciadores aproveitem a onda da revolução tecnológica para se mostrar para o mundo, pois as marcas compram a autenticidade.
“É importante ter persistência e gostar de fazer porque não é fácil, é um trabalho e tudo deve ser pensado. A favela é plural, mas não é possível falar de tudo. O conselho é escolher um nicho e desenvolver seu conteúdo com base nisso”, afirma o Criador de Conteúdo.
SAIBA MAIS
Quer conferir todos os debates e conversas do evento? O 4ª Prêmio Microinfluenciadores Digitais e 10ª edição do Fórum sobre Marketing de Influência está disponível na integra no canal da Negócios da Comunicação.
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