O Prêmio Nobel da Paz de 2021 foi concedido aos jornalistas Maria Ressa, das Filipinas e Dmitry Muratov, da Rússia, nesta sexta-feira, 8, reconhecendo seus esforços em busca da liberdade de imprensa.
Para o Comitê do Nobel, a liberdade de expressão e a imprensa livre são fatores fundamentais para uma sociedade democrática. “Eles são representantes de todos os jornalistas que defendem este ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”, destacou o grupo responsável pela indicação.
Maria Ressa é editora e co-fundadora do site de jornalismo investigativo Rappler. A jornalista é alvo de diversos processos referentes a sua atuação na divulgação de notícias envolvendo empresários e o governo filipino. O trabalho da jornalista já havia sido reconhecido anteriormente por premiação da Unesco voltada a liberdade de expressão.
“Maria Ressa usa a liberdade de expressão para expor o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo em seu país natal, as Filipinas”, destacou o Comitê.
O russo Dmitry Muratov é co-fundador e editor chefe do jornal Novaya Gazeta, um dos maiores veículos críticos ao governo do presidente Vladimir Putin, que teve 6 jornalistas assassinados desde a sua fundação, em 1993.
“O jornalismo baseado em fatos e a integridade profissional do Novaya Gazeta o tornaram uma importante fonte de informações sobre aspectos censuráveis da sociedade russa que raramente são mencionados por outros veículos”, justificou o Comitê.
Após a divulgação do prêmio, representantes do governo russo destacaram a coragem e o talento do jornalista, que trabalha “seguindo e conservando deus ideias”.
A cerimônia de escolha dos ganhadores do Nobel da Paz foi realizada em Oslo, na Noruega e os premiados dividirão um prêmio equivalente a R$6,2 milhões. Eles foram escolhidos entre um universo de 329 candidatos, que incluía 234 indivíduos e 95 organizações, número recorde de indicações.