Pode até ser clichê dizer que a comunicação é um dos pilares estratégicos para que empresas sejam bem-sucedidas, sobretudo no mundo de hoje. Mas, quando surgem claras evidências sobre isso, vale a pena apontá-las. Em razão da pandemia do novo coronavírus, 2020 foi um ano em que muitas organizações utilizaram a comunicação para ir além de informar seus diversos públicos de interesse sobre assuntos ligados aos negócios. A área foi fundamental para que as companhias compartilhassem com a sociedade o que estavam fazendo para ajudar no combate à covid, o que, em última instância, contribuiu para salvar vidas.
Este foi o caso do Itaú Unibanco, que em 2020 criou o Todos pela Saúde para auxiliar a sociedade no combate à covid-19. Com a chegada da pandemia ao Brasil e o engajamento do banco nessa causa, nosso time de comunicação precisou se adaptar rapidamente ao novo cenário e aprender também sobre saúde. O desafio não foi apenas entender algo totalmente novo, em tempo recorde, e criar os conteúdos do que passamos a comunicar. Foi, também, desenvolver uma nova forma de comunicar, com linguagem, canais e públicos até então distantes da comunicação tradicional dos bancos.
O lançamento do Todos pela Saúde foi um bom exemplo do tamanho desse desafio. Decidimos apresentar a iniciativa para a sociedade por meio de uma coletiva online de imprensa, na qual anunciamos a doação de R$ 1 bilhão para ações de combate à covid-19 e a formação do conselho de especialistas na área médica, todos presentes no evento. Naquele momento, ficou claro que estávamos fazendo história ao apresentar a maior iniciativa de filantropia até então no Brasil, que até mesmo inaugurou o quadro Solidariedade S/A, do Jornal Nacional, um marco na TV brasileira por citar nomes das empresas que contribuíram para o combate à covid-19.
Com os aprendizados do Todos pela Saúde, o Itaú também deu passos importantes na área ambiental, ao lançar o Plano Amazônia, este em parceria com dois históricos concorrentes, Bradesco e Santander. Sustentabilidade é um tema que o Itaú tem como prioridade há anos, mas a nova iniciativa tem demandado um outro nível de aprofundamento no tema para que possamos de fato dar ao plano a efetividade que a sociedade demanda de nós.
Importante destacar que comunicar não é atribuição apenas de uma área da empresa – é uma responsabilidade também de suas lideranças. No Itaú, nossos principais executivos foram protagonistas tanto na comunicação interna quanto na externa, em especial o nosso ex-presidente, Candido Bracher, que deixou a posição em fevereiro. Candido teve papel fundamental neste último ano, se consolidando como porta-voz relevante do meio empresarial para comentar temas que vão além dos negócios do banco, mas que são de grande interesse da sociedade.
Estamos vivendo um divisor e águas na comunicação empresarial. A pandemia gerou um novo nível de expectativa das pessoas em relação às organizações e está nos ensinado o que é, de fato, a tal comunicação humanizada e com propósito. Acredito que seja um legado que veio para ficar e expandiu os horizontes de quem atua na área de relações públicas.