Milhões de alunos no Brasil inteiro perderam o ano letivo por conta da pandemia de Covid-19. Os mais privilegiados ainda puderam contar com sistemas de educação a distância. Mesmo assim, todos sofreram. E o jornalismo de educação teve de se multiplicar e intensificar o trabalho de cobertura desse setor tão sensível e fundamental para o Brasil, contam Marta Avancini, editora Pública na Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) e Renata Cafardo, repórter especial do Estadão e fundadora da Jeduca.
Elas participaram do painel Quem ensina faz ao vivo? O enfoque da mídia no ano em que a educação foi obrigada a se reinventar, durante o 3º Fórum de Jornalismo Especializado, promovido pela plataforma Negócios da Comunicação, nos dias 1,2 e 3 de dezembro e 2020. A conversa foi mediada por Edimilson Cardial, presidente da Editora Segmento.
Ano intenso no jornalismo de educação
“Eu atuo na área da educação há 20 anos e nunca trabalhei tanto como esse ano”, comenta Renata. “As notícias aparecem realmente a qualquer hora. Fora a saúde, e educação foi a área mais movimentada do ano. As crianças todas saíram da escola, a gente teve que repensar o caminhos, o Brasil todo. E, ao mesmo tempo, são assuntos muito novos.”
Além da pandemia, a cobertura do jornalismo de educação ainda contou com um dificultador a mais: o governo federal. Renata, que cobre Brasília baseada em São Paulo, diz que no começo da gestão de Jair Bolsonaro foi bem difícil com as fontes, porque não se sabiam quem eram ou de onde vinham os ocupantes dos cargos trazidos pelo novo presidente. “Ainda mais por ser um governo que recua muito, que usa a imprensa para ventilar algum nome, e depois diz que não vai nomear. Então isso, dentro da educação, é um jogo novo. Esse jogo da política tinha bem menos. Mesmo dois anos depois, não é fácil.”
Atuação da Jeduca
Como forma de qualificar o que é dito sobre educação no jornalismo, nasceu a Jeduca, que, dentre outros objetivos, oferece consultoria para jornalistas que desejam publicar sobre educação, sejam ou não associados.
Lá, eles vão encontrar Marta Avancini à disposição. “Atendo todo e qualquer jornalista que esteja fazendo pauta e educação”, diz. “Tem gente que procura querendo fonte, formatação de pauta, tem que gente manda texto pra ler. E esse trabalho, gratuito, tem demanda e procura. Nesse ano teve um pico de demanda no período de auge da pandemia, num período bem intenso. É muita responsabilidade.”
E o tema, que tem dominado os noticiários, possui potencial para crescer ainda mais . “O jornalismo está muito dinâmico, são poucas reportagens guardadas pro papel, por exemplo”, explica Renata. “Eu estou sendo escrevendo o tempo todo.”
“E a gente está vendo cada vez mais jornalistas de outras áreas falando de educação”, completa Marta. “E eu acho que aí o trabalho da Jeduca fica mais importante ainda, porque nós temos uma base técnica que vale a pena conhecer, com conceitos, terminologia, para falar com mais propriedade sobre o assunto.”
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