Grupo de Líderes Empresariais – realizou no último final de semana o 9º Fórum de Marketing Empresarial no Hotel Sofitel Jequitimar, em Guarujá (SP). Mais de 300 convidados das áreas de comunicação e marketing debateram temas atuais do setor sob a curadoria de Marcos Quintela, presidente do Grupo Newcomm e do LIDE Comunicação; Armando Ferrentini, presidente da Editora Referência; e Adonis Alonso, jornalista e presidente da Criatix Comunicação.
A grande novidade deste ano foi o Lide Talks. Apresentado no sábado, o formato trouxe seis encontros intimistas, interativos e dinâmicos, abordando assuntos da atualidade. Em “A Era da Fake News”, o diretor-executivo do Estadão, Flavio Pestana, e o vice-presidente de Marketing do McDonalds, Roberto Gnypek, abordaram desde a responsabilidade dos grandes veículos às razões que levam à disseminação de notícias falsas.
“As marcas não podem desprezar as estratégias de PR, que são tão ou mais importantes que a mídia tradicional, pois ajudam a criar elementos estruturados que visam eliminar a disseminação de fake news sobre a empresa”, salientou Gnypek.
No debate “A Mídia do Século XXI”, a diretora de marketing do Grupo Petrópolis, Eliana Cassandre, e o presidente da ABAP e Dentsu Group, Mário D’Andrea, falaram sobre o atual momento da relação entre as marcas, as agências e os consumidores. “Quem trabalha com mídia hoje tem que ser um profissional de humanas que entenda de comportamento humano, quase um antropólogo. Os dados são importantes, mas saber interpretá-los de olho nas demandas do consumidor, é fundamental”, afirmou D’Andrea.
Em “Criativos X Influencers”, o presidente do LIDE Comunicação, Marcos Quintela, contou como é a gestão das redes sociais de sua filha, a atriz e influenciadora mirim Pietra Quintela, de 10 anos. “A mãe dela publica 95% do conteúdo produzido. A própria Pietra lê todos os comentários que escrevem para ela, baseando-se na educação que tem: mostramos o que é certo ou errado, bom ou ruim. Desenvolver essa consciência sobre o poder de influência é muito importante, especialmente para uma criança”, disse Quintela.
Essência ou aparência?
Tendo como tema central “Diversificar: como ir além”, o Fórum apresentou dois painéis sobre diversidade em suas variadas formas. Em “Diversidade de Gerações”, o CEO do Grupo Ogilvy no Brasil, Luiz Fernando Musa, a diretora de marketing da Heineken Brasil, Vanessa Brandão, e a head de marketing do SBT, Priscila Stoliar, revelaram como agências, empresas e veículos de comunicação têm lidado com a questão.
“Do que adianta falar de diversidade se não existe empatia? A partir do momento em que você aprende que não existe consenso, não existe empatia”, provocou Musa, destacando que é preciso saber se conectar com o outro. “A gente sempre busca trazer um pensamento inovador, enxergando oportunidade onde ninguém vê”, afirmou Vanessa, ressaltando que, embora a Heineken tenha foco em um público jovem e conectado, não descarta os demais segmentos.
No painel “Diversidade: Discurso ou negócios?”, Hugo Rodrigues, CEO e chairman da WMcCANN, Mônica Gregori, diretora de Marketing e Comunicação da Jequiti Cosméticos, e Paulo Secches, da Officina Sophia Conhecimento Aplicado, debateram até que ponto o discurso de diversidade das marcas é conveniência ou convicção. Para Rodrigues, não basta falar, é preciso colocar em prática. “Temos que pensar em cotas como forma de acesso e fazer a diversidade acontecer de forma real”. Mônica citou que “a diversidade está ajudando a sociedade a evoluir, seja por conveniência ou convicção”, acrescentando que, no caso da Jequiti, é uma qualidade inerente à empresa.
Ao apresentar, pela primeira vez, os resultados de uma pesquisa especialmente desenvolvida para o Fórum de Marketing Empresarial sobre a diversidade e os impactos de incluir essa discussão em campanhas e na comunicação publicitária, Secches observou que a percepção do público quanto ao perfil adotado pelas marcas em defesa da diversidade é cética. “Não basta ‘parecer ser’, tem que ‘ser’. Se a marca pretende construir e assumir um propósito e uma diversidade, tem que fazer isso com autenticidade”, concluiu