TopMothers: uma aposta que deu certo

Para muitos profissionais de jornalismo, a crise enfrentada pelo segmento pode ser vista com preocupação e medo

Para muitos profissionais de jornalismo, a crise enfrentada pelo segmento pode ser vista com preocupação e medo. Já para Tamara Foresti, que era redatora-chefe da revista CRESCER, o encolhimento das redações e as demissões por falta de verba ou por não ter mais para onde crescer foram vistos como uma oportunidade.
Foi a partir desse cenário que a jornalista passou a investir seu tempo na criação da TopMothers, primeira label mundial de blogs do segmento família. “Eu vivia diariamente esse terrorismo do medo do corte. Paralelamente a isso, comecei a observar o mercado dos blogueiros, que é um mundo diferente. Tem muita gente com ótimo conteúdo e também influenciadores com audiências enormes, mas que não têm noção da responsabilidade que carregam”, conta Tamara.
De acordo com Tamara, no segmento de parenting, essa responsabilidade é ainda maior, pois a audiência, muitas vezes, está em um período delicado da vida. “Eu trabalhava em um título de parenting na época e me preocupava em ver a influência de alguns blogs que não necessariamente entregavam bom conteúdo. Por outro lado, tinham outros excelentes, mas que estavam desorganizados. Minha primeira ideia foi selecionar esses blogs para trazer para dentro do título que eu trabalhava, monetizando a publicidade deles de uma maneira que o título não poderia fazer. Essa ideia rodou dentro da empresa e, como não era do interesse dela no momento, foi negada. Então, resolvi sair e apostar nela”, explica.
Tamara concedeu uma entrevista para a Negócios da Comunicação, em que explica um pouco mais sobre suas ideias, como é o relacionamento dos blogs de sua empresa com as marcas, como ela cuida dos conteúdos, quais são as estratégias para aumentar a audiência e muito mais. Confira a seguir!
tamaraforesti
Quais são os maiores desafios que vocês enfrentam, visto que a quantidade de blogueiros e youtubers cresce a cada dia?
Quanto mais gente fazendo conteúdo, melhor! Tem espaço para todo mundo, pois os pais e mães, apesar de terem preocupações parecidas, são muito diferentes. Na rede, tomo cuidado em escolher blogs com perfis bem diferentes e, logo, com audiências diversas. Mas a verdade é que é muito fácil começar um blog ou um canal no YT. O que as pessoas normalmente não esperam é que haja tanto trabalho duro e árduo para manter. Por isso, com a mesma rapidez que nasce um aspirante a influenciador, outro desiste. E, ainda que tenham muitos canais, não é a maioria com bom conteúdo.
Uma grande preocupação do segmento é como as marcas têm se relacionado com esses influenciadores? Uma empresa como a TopMothers facilita de que forma esse relacionamento?
Até voltando à questão anterior, acredito que o maior desafio de TopMothers é justamente posicionar o influenciador perante às marcas. Esse mercado tem amadurecido muito – a diferença de dois anos para cá é enorme – e sinto que as marcas e as agências estão bem menos reticentes aos influenciadores. Também estão, ainda que a passos lentos, tentando empurrar menos um briefing pronto e deixando a gente criar em cima das ideias. E essa é maior diferença de TopMothers. Somos muito mais do que um casting bem selecionado de influenciadoras maternas. A gente realmente pensa em conteúdo, e um conteúdo amarrado dentro de todos os nossos canais. Não é apenas deixar o influenciador traduzir da forma que ele quiser o conceito da marca. Tem gente de conteúdo olhando o todo – tanto do lado do cliente quanto do lado da audiência do blog. A gente consegue ter essa visão macro da ação e trabalhar lado a lado com a agência, o que facilita muito o trabalho de todas as partes envolvidas.
Quais são os maiores desafios que vocês encontram neste relacionamento (marca/influenciador)?
Muitas vezes a marca quer um influenciador específico que não tem nada a ver com o produto dela. Explicar isso nem sempre é tranquilo. Também já aconteceu de a gente aceitar a marca e, depois, não conseguir negociar o briefing. Aí, acontece duas coisas: ou o influenciador nega fazer o trabalho, o que é uma saia justa e um retrabalho enorme, pois todo o plano está aprovado, ou ele cede e faz o job, trazendo resultados mais baixos, o que também é ruim para o cliente.
Você é responsável pela curadoria de todo o conteúdo. Como o seu trabalho ajuda no fortalecimento dos influenciadores como produtores de conteúdos relevantes?
Assim que começamos a rede, trabalhei de perto com as meninas para entender o ponto forte delas e ajudá-las a explorar. Me dediquei 100% do tempo no primeiro ano ao conteúdo publicado diariamente por elas, lendo todos os textos, editando em alguns momentos e sugerindo pautas e assuntos que combinavam com o perfil delas. Acredito que isso trouxe segurança e maturidade para o trabalho. Eu já via o grande potencial desses blogs, só era preciso lapidar. Tanto que, em apenas 9 meses, tivemos 800% de crescimento de audiência!
Com o tempo, as meninas absorveram os conceitos e não precisei supervisionar tão de perto o trabalho. Atualmente, não são obsessiva em ler todo o conteúdo que elas publicam como era antes. Consigo me dedicar em aprovar e desenvolver mais os conteúdos patrocinados. E sirvo também como uma ponte entre o que o cliente precisa e o que elas gostariam de fazer. Consigo fazer esse casamento de maneira que fique bom para as duas partes e visando o que é a melhor entrega para a nossa audiência. Isso garante o bom resultado da campanha depois 🙂
Você tem como mensurar o crescimento dos canais que vocês agenciam? Como eram antes e como são agora?
Sim. A gente mensura por ferramentas como Analytics (blog) e de mídias sociais. Apenas para falar de blog, começamos a rede com pouco menos de 900 mil pageviews/mês. Hoje, ultrapassamos 11 milhões. tenho muito orgulho de dizer que somos a maior audiência do país nesse segmento (isso sem nem contar os seguidores no YT, Faceboook, TT e Instagram). Esse tamanho de influência nos fez ganhar novos braços tb. Hoje, ajudamos a fazer acontecer o maior evento de maternidade do país, o Seminário Internacional de Mães, que traz palestrantes do Brasil e do mundo para falar sobre maternagem com pais e mães. O evento está no terceiro ano, acontece no dia 6 de maio em SP, para um público de mil mulheres (www.seminariodemaes.com.br)
Você pode compartilhar alguns cases de campanhas publicitárias realizadas?
Tem algumas campanhas recentes que a gente guarda no coração pelo resultado de engajamento e pela liberdade que tivemos na produção <3

  • Ano passado, o blog Potencial Gestante foi embaixador da marca Huggies, com uma série de vídeos que iam desde economia doméstica até o papel do pai na criação da criança. Deu tão certo que, este ano, renovamos o contrato com a marca.
  • Fizemos uma campanha envolvendo Mil Dicas de Mãe, Macetes de Mãe e Petit Ninos em uma campanha do hidratante vaginal Vagidrat (Farmacêutica Teva). Foi um grande desafio pois, por mais que estejamos em 2017, falar de problemas relacionados a sexo ainda é um grande tabu. Os posts das meninas, que abriram o coração sobre a realidade do sexo depois dos filhos, foram um sucesso de audiência! Tanto que rendeu outra campanha: um vídeo de Potencial Gestante para o Dia dos Namorados que viralizou no Facebook. Foi muito legal esse job! Tivemos muita liberdade, o que trouxe ótimo resultado para o cliente.
  • No fim do ano passado, Macetes de Mãe fez uma campanha para Del Valle, com vídeos com a Fernanda Rodrigues para o intervalo de GNT.

https://www.youtube.com/watch?v=6uDHetiEMFY

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