Virtual, híbrido ou presencial? O importante é ser pessoal

A comunicação não deve ser pensada como ostentação, precisa ser pensada para ser efetiva e, com isso, ser compreendida e aceita pelo seu público-alvo

Por Rogério Louro

Nas últimas semanas, tive a oportunidade de planejar e executar com minha equipe mais um importante lançamento de produto, o maior que fizemos até agora no Brasil depois do longo período mais duro da pandemia de Covid-19. Nele, pudemos aplicar muitos dos conhecimentos e tecnologias que acabamos tendo de conhecer para superar as limitações dos últimos anos. Um ponto, porém, ficou claro, não importa o recurso que se tenha, o mais importante na comunicação continua sendo o lado humano, o pessoal.

Para o lançamento do Novo Nissan Sentra no fim de março, desenvolvemos várias atividades, a maioria presencial, mas também aproveitamos para usar recursos de videoconferências para atender com agilidade alguns públicos e, com isso, ampliar o alcance da ação. Em todas elas, o foco principal foi buscar manter forte a interação entre a Nissan e os stakeholders envolvidos, jornalistas, influenciadores ou funcionários.

Na parte virtual, optamos por fazer “encontros” com público reduzido e sem usar a ferramenta de webinar, que isola os palestrantes da sua audiência. Adotamos o Zoom na configuração de reunião, assim todos puderam se ver e falar abertamente, reforçando a troca de ideias e permitindo o debate. E, tanto antes, quanto depois, ficamos abertos para contatos para tirar dúvidas ou fornecer mais informações.

Fazer grupos pequenos para videoconferências é importante porque permite se ter um controle visual de tudo que está ocorrendo, inclusive as reações dos convidados, e facilita o diálogo sem que a reunião fique um caos incompreensível. Também temos mais facilidade de passar e reforçar as mensagens principais da empresa. A limitação de pessoas por grupo, pode obrigar a se fazer várias vezes uma mesma reunião, isso, porém, é compensado pela maior qualidade na entrega do conteúdo e, mesmo virtualmente, permite um maior relacionamento e proximidade com os convidados.

Se isso é sentido no mundo digital, é ainda mais sensível nas ações presenciais. O longo período de distanciamento, e várias limitações dos últimos dois anos, aumentou o interesse nos eventos “físicos”. Isso para shows, exposições, entretenimento em geral e também quando estamos falando de ações de trabalho, como o lançamento de um produto ou outra atividade de comunicação. Mas essa primeira propensão do público a ser receptivo ao que se mostra não se sustenta por muito tempo se o contato, ou experiência, for vazio.

A experiência não é apenas o show ou os recursos tecnológicos que se oferece. Tem muito mais relação com a percepção de acolhimento, da preocupação com os detalhes, a atenção dada e a valorização do tempo da pessoa. Se ninguém da equipe conseguiu passar da “boa tarde” e “bem-vindo” com os convidados a conexão é desfeita. Parar, conversar, tomar um café, de maneira verdadeira, tem um impacto muito maior do que simplesmente servir a comida mais cara ou encher o público de lembranças.

Claro que é importante dar toda a estrutura para as pessoas se sentirem bem, mas se isso é um quesito básico de educação quando se recebe alguém, não pode ser a única preocupação que se tem com os convidados.

A comunicação não deve ser pensada como ostentação, precisa ser pensada para ser efetiva e, com isso, ser compreendida e aceita pelo seu público-alvo. Como esse público é formado por humanos, devemos atender primeiro as necessidades de cada pessoa, trata-la como indivíduo, buscando atender suas necessidades. 

 

Rogério Louro é  diretor de Comunicação Corporativa da Nissan do Brasil

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