Pirataria de conteúdo tem se atualizado junto com a tecnologia

Apesar dos órgãos de vigilância do Estado estarem cada vez mais atentos aos "gatonets", pirataria tem se renovado

Por Luiz Zak

As agências estatais como a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e a Receita Federal, têm sido cada vez mais incisivas contra a pirataria de conteúdo audiovisual disponível pela Internet. Durante o período da pandemia do Covid-19, os streamings aumentaram de 8 milhões para 13 milhões, segundo dados do Similarweb.

Segundo relatório da empresa Akamai, o país está em 5º lugar no ranking mundial de pirataria, sendo a indústria de filmes,  séries e canais por assinatura o principal mercado para o consumo ilícito.  

Pirataria oferece riscos

A pirataria na Internet desvia os conteúdos das plataformas originais e disponibiliza em sites e canais alternativos que cobram mais barato ou gratuitamente pelo conteúdo. O que parece ser um negócio atraente, e até visto como um “Robin Hood digital”, pode ser perigoso. 

Segundo especialistas em segurança da informação, os sites clandestinos oferecem perigosos phishings e vírus disfarçados de propaganda que infectam os dispositivos colocando em risco dados: “Na maioria das vezes, as infecções ocorrem quando ele é instalado sem o usuário querer ou saber”, aponta Wanderson Castilho, perito em crimes digitais e CEO da Enetec.

O especialista ressalta também que os sites piratas, apesar de serem de fácil acesso e gratuitos, são uma das fontes de ataques pela fácil violabilidade do site e dos equipamentos que acessam. “Em primeiro lugar, esses tipos de programas e sites costumam ter uma performance muito inferior que a versão original, alterando a produtividade e qualidade do serviço. Além disso, instalar programas falsos aumenta significativamente as chances de ser infectado por malwares”, explica Castilho.

Gatonet e Box Tvs na mira da polícia

A Anatel estima que haja no país mais de 5 milhões de dispositivos que recebem sinal clandestino de canais por assinatura e serviço de streaming. No início do mês, a agência anunciou que iria bloquear o sinal do “gatonet”. As TV Box são uma evolução das antenas paralelas e de codificadores, que na década de 2000 impulsionaram o consumo, de forma ilegal, dos canais pagos. 

Os dados de assinantes de TVs fechadas no País não são nada animadores para as emissoras. Em 2021, a média de perda de clientes foi de 77 mil assinaturas por mês. Comercializadas livremente, essas caixinhas custam até R$ 400 e oferecem gratuitamente os serviços de televisão por assinaturas, além de streamings como Netflix, HBO Max, Amazon e outras plataformas. No centro de São Paulo e de outras cidades, é possível encontrar facilmente o serviço, inclusive vendido até nas ruas. Segundo um vendedor ambulante na capital paulista, ele já chega a comercializar, em média, entre 5 e 7 por dia, ao preço médio de R$ 500.

A TV Box não é ilegal por si só, porque uma vez conectada na Internet o dispositivo transforma uma televisão comum em smart TV. No mercado legal, é possível encontrar modelos da Apple, Xaiomi e das operadoras, alaém de marcas desconhecidas, porém a mais vendida são as piratas. Segundo a Anatel, 33 milhões de brasileiros consomem conteúdo por um ou mais meios ilegais, o que causa um impacto financeiro de R$ 2 bilhões de prejuízo aos cofres públicos. 

Apesar do acesso ilimitado para os conteúdos dos streamings e da TV paga, esses equipamentos oferecem riscos à rede de computadores. Pelo sinal de Internet, criminosos podem acessar dados das redes residencial, sequestrando senhas de redes sociais e bancárias. Nos streamings, um estudo realizado pela Securelist, com 5.577 usuários desse sistema, mostrou que foram identificados mais de 23.936 tentativas de infectar computadores ou de roubar dados.

Porém, a pirataria de stremings é apenas uma modalidade do crime. Segundo o Conselho Nacional de Combate à Pirataria, o Brasil é o quarto país no mundo que mais consome produtos audiovisuais de forma ilegal, gerando prejuízo de mais de R$ 130 milhões à indústria.

Mercado brasileiro

A Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) afirma que 6 milhões de lares têm acesso pirata à TV por assinatura no Brasil, o que provoca um prejuízo de R$ 5 bilhões por ano. “Além de pirataria prejudicar a indústria audiovisual, a pirataria ameaça empregos, financia o crime organizado e coloca em risco a segurança cibernética dos usuários. Por estas razões, a ABTA apoia a iniciativa da Anatel de colocar em prática um Plano de Combate ao Uso de Decodificadores Clandestinos de TV por Assinatura”, afirma o órgão.

O Brasil tem 59 plataformas de streamings (legais) o que faz com que o nosso país lidere essa oferta entre os 20 países latino-americanos analisados pela pesquisa Panorama do Mercado de Vídeo por Demanda no Brasil, elaborado pela Ancine. O estudo aponta ainda que só 11% do conteúdo produzido nessas plataformas são made in Brazil. Netflix e Prime Video têm 5% e 5,7% de nacionais, respectivamente, e o Box Brazil Play (80%) e  p Globoplay (28,3%) são os com maiores conteúdos de produção brasileira.

Como se prevenir de golpes segundo especialistas:

  • Observe se o seu software antivírus está lhe alertando sobre aquele determinado site;
  • É comum que os cibercriminosos criem páginas falsas muito parecidas às originais, com apenas uma letra diferente na URL. Por isso, confirme cada dígito do endereço que está acessando, isso irá garantir que está no lugar certo;
  • Muitos pop-ups. Se você acessar um site e ele apresentar um número muito grande de pop-ups, feche o site imediatamente;
  • Se, ao acessar o site, você for redirecionado para um site completamente diferente, pode significar que o site original era falso ou que ele foi atacado por um malware.  Saia imediatamente.

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