Encarar o números de seguidores como fator decisivo entre este ou aquele influenciador não é mais opção viável para as marcas que descobriram a capacidade de engajamento presente em microinfluenciadores e nanoinfluenciadores.
Conversas reais, curadorias de conteúdo direcionadas e relacionamento próximo com os seguidores se traduzem em relevância – e resultados expressivos, com menos investimento. É o que será discutido no painel “Publi sob medida: Micro e nanoinfluenciadores são a grande aposta das marcas para impactar comunidades mais engajadas”, durante o 8º Fórum sobre Marketing de Influência e o 3º Prêmio Microinfluenciadores Digitais.
A iniciativa é promovida pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e pela Plataforma Negócios da Comunicação, e ocorrerá no dia 6 de março, das 9h às 19h, num evento 100% digital transmitido pelo YouTube.
Processo de escolha
“Micro e nanoinfluenciadores estão cada vez mais sendo escalados para ações”, avalia a head de operações da Airfluencers, Marina Calado. “Isso por que são perfis que geram conversas de igual para igual com suas audiências, passam verdade e consequentemente resultados surpreendentes de conversão porque possuem alta taxa de engajamento.”
A empresa fornece às empresas influenciadores selecionados por um metodologia própria que leva em conta variados fatores e métricas. “Quando planejamos a estratégia de uma ação, temos 3 variáveis que se cruzam para recomendarmos perfis de nano e micro influenciadores: objetivo, nicho e verba disponível.”
Dermatologia vegana
A médica dermatologista Monalisa Nunes, que administra o perfil @monadermavegan – com quase 45 mil seguidores – e que estará no painel, trata de beleza vegana e livre de crueldade com os animais. “Falo sobre saúde, dermato e beleza de uma forma mais simples e científica ao mesmo tempo”, conta. “Essa foi a forma que eu achei de me comunicar com a população.”
A iniciativa surgiu a partir da necessidade de fazer o “recorte” vegano dentro do mercado da beleza. “O universo da beleza vegana e livre de crueldade animal é palpável e é para todo mundo, mesmo para as pessoas que não são veganas”, completa.
A partir do trabalho desenvolvido da página, ela consegue alcançar resultados financeiros. “Já fiz trabalho com marcas que adoro do universo da beleza natural, como Bioart, Terramater, Almanati e Physalis”, explica.
Ainda assim, encara desafios ao falar da área e tem de lidar com críticas e questionamentos da atuação médica por escolher falar sobre um nicho específico que não existe na medicina tradicional. No entanto, transformar pessoas é o que a move. “Isso é o que me motiva a fazer o que eu faço, o contato com as pessoas e acompanhar a transformação delas na autoestima e consciência ambiental é maravilhoso.”
Maternidade
Já Andressa Reis dedica-se a compartilhar nas redes as questões relacionadas à criação de seus filhos. “O perfil (@andressareiis) nasceu da necessidade de mostrar as minhas experiências como mãe de uma forma mais honesta, mais ‘real’, porém pouco compartilhada dentro de uma cultura que romantiza a maternidade”, comenta. “Como as crianças são pequenas e demandam bastante cuidado e atenção, tento criar conteúdo, bem como responder os seguidores nas brechas dos cuidados com as crianças. Quando dormem, principalmente.”
A página cumpre ainda função como rede de apoio. “A audiência se identifica com meus textos e neles se inspiram para assumirem o protagonismo de suas escolhas enquanto mães”, conta, “Já os vídeos que sempre carregam um tom bem humorado, trazem leveza para assuntos mais delicados, mas que a maioria sente necessidade de externar.”
Hoje, o perfil, que tem mais de 83 mil seguidores, é a principal fonte de renda da família, sobretudo pelo trabalho com as empresas. “As marcas são bem flexíveis, pois deixamos claro os impasses que envolvem produzir uma ação envolvendo crianças, e as marcas me procuram justamente pela identificação que causo na audiência através do cenário materno que costuma ser caótico”, diz. Ela destaca as iniciativas feitas para Santista, Brinox e Rappi.
“Ainda é tudo muito novo e, apesar de assustador, gratificante”, pontua. “Muitas seguidoras me relataram que se livraram da carga de querer dar conta de tudo, enquanto outras me falaram de como a relação delas com os filhos melhorou desde que passaram a acolhê-los e ouvi-los mais. E tudo isso depois que passaram a me seguir.”