“Quero ser jornalista”. Muitas vezes, quando um jovem chega a essa conclusão é com o desejo de trabalhar em um grande veículo de mídias. As mídias tradicionais encantam. A curiosidade, a vontade de investigar, tudo isso faz parte intrínseca de quem escolheu essa profissão.
Mas os ares estão mudando. Redações fechando, cortes de gastos, desilusões com o setor. Junto, a revolução digital, que possibilitou inúmeras possibilidades para os novos e antigos jornalistas a buscarem um novo jeito de fazer conteúdo.
Se empreender era algo que não existia no vocabulário do jornalista, se inovação passava longe dos profissionais da imprensa, agora tudo mudou. Mais do que uma alternativa em tempos de crise, o jornalista, agora, quer e precisa se reinventar.
Para Marcio Sanches, diretor acadêmico da Casa Educação e especialista em negócios, muitas vezes, as competências do profissional podem também ser aplicadas em outros negócios nos quais ele não tem experiência. “Como é o caso de um jornalista, que tem boas competências de organização de informações e estruturação de textos técnicos, e pode se transformar num fornecedor de conteúdo para um escritório jurídico ou outro tipo de empresa que precise desta competência”, diz.
Só que, junto com o empreender, vem um novo desafio: a gestão. “Acho que o principal desafio para se tornar gestor é mudança de visão em relação ao trabalho. Gerir é conseguir resultado por meio de equipes e, portanto, o profissional técnico que vai para a área de gestão precisa desenvolver novas competências, pois o desafio passa não ser mais “o fazer” e sim apoiar e puxar a e equipe para que ela entregue os resultados”, explica Marcio.
Para o especialista, é importante que o profissional busque ajuda em programas de capacitação, literaturas e até mesmo atividades de aconselhamento para apoia-lo nesse momento. “Apesar da visão leiga achar que gestão é bom senso, o mundo dos negócios demanda de muito profissionalismo e os conceitos e técnicas já desenvolvidos e difundidos pela área de gestão serão aliados importantes de quem quer empreender e gerir um negócio”, conta Sanches.
Ainda de acordo com Marcio Sanches, a gestão não é um dom, mas como quaisquer outras habilidades pode ser desenvolvida e aperfeiçoada. “Porém é preciso muita dedicação para se dedicar a entender o mundo dos negócios, a apreender os conceitos e técnicas que ajudam as pessoas e as organizações a gerir melhor seus recursos, para desenvolver destreza em muitas habilidades que cada tipo de negócio demanda e principalmente para desenvolver uma atitude empresarial, que é muito diferente da atitude técnica, para sobreviver e crescer no mundo dos negócios”, conclui.