A Volkswagen do Brasil realizou, no dia 17/04, o II Workshop de Mídias Digitais com o objetivo de discutir as principais tendências de comunicação na área de tecnologia digital. A empresa aproveitou o dia do lançamento do novo Up! para reunir jornalistas e influenciadores digitais para um debate sobre a importância da inovação em conteúdo como fator fundamental para aumentar a audiência nas ações de comunicação digital.
O Workshop contou com a presença de representantes de algumas das principais empresas do mercado digital, como Facebook, YouTube, Amazon e BuzzFeed Brasil. Durante as palestras, eles apresentaram suas principais estratégias de atuação, focando em conteúdos de interesse para que os jornalistas e influenciadores digitais presentes pudessem ter insights de como utilizar as ferramentas disponíveis para o aumento de audiência e público.
“Em um ambiente de comunicação marcado por rápidas transformações, a inserção no mundo digital é um grande desafio, seja para empresas ou jornalistas, que passam a ter à sua disposição novos canais de comunicação. Com este Workshop, buscamos contribuir para que todos encontrem novos caminhos para aumentar a relevância das ações de comunicação nesse universo”, destacou André Senador, diretor de Assuntos Corporativos e Relações com a Imprensa.
Neste Workshop, tiveram palestras de Ricardo Garrido, gerente de Aquisição de Conteúdo para Kindle da Amazon; Eduardo Brandini, diretor de Parcerias de Conteúdo do YouTube; Vitor Vieira, diretor de Inteligência da RPI; Bruno Rossini, gerente de Comunicação do Facebook para o Brasil; e Bruno Belardo, diretor de Estratégia de marca no BuzzFeed Brasil. A moderação do evento foi de Bruno D’Angelo, vice-presidente de Criação e Estratégia da Ideal HK, agência de comunicação parceira da Volkswagen.
Palestras focam em inovação, criatividade e conteúdo
Ricardo Garrido, gerente de Aquisição de Conteúdo para Kindle da Amazon, contou um pouco sobre como funciona o processo de inovação na Amazon. Para ele, a experiência do cliente é o que vem em primeiro lugar. “Nossos projetos surgem primeiro da visualização do que o cliente quer e precisa. Nunca decidimos não levar uma ideia adiante por limitações tecnológicas ou financeiras”, explica. Entre os destaques, Garrido ressaltou a importância do Kindle Direct Publishing, que permite que autores independentes publiquem suas obras. Hoje, dos 100 livros mais lidos na Amazon, cerca de 40 são de escritores independentes.
O segundo palestrante, Eduardo Brandini, diretor de Parcerias de Conteúdo do YouTube, abriu seu debate falando sobre o que é mais importante, se é o conteúdo ou a distribuição. De acordo com o executivo, o mais importante, na verdade, é a audiência. Para ele, mais do que expectadores ou leitores, as pessoas que acompanham os conteúdos pelo YouTube são fãs. “É importante também quebrar o paradigma que só os youtubers jovens têm fãs, já que um dos canais mais vistos da plataforma é do Dr. Dráuzio Varella. Ele é um caso de alguém que veio de um mundo completamente diferente, que é o da medicina, foi para as mídias tradicionais, como rádio e televisão e, hoje, uma das coisas que ele mais gosta de fazer são vídeos no YouTube”, conta. Isso mostra a importância de estar em todas as mídias, com conteúdo relevante, independentemente do seu modelo de negócio.
Outro ponto importante levantado por Eduardo é a forma de trabalhar o conteúdo no YouTube para que ele seja relevante. “O YouTube é um canal de vídeo, mas é importante levar em considerações pontos como: você tem trabalhado bem os títulos dos seus vídeos? A descrição contém informações ricas para a audiência? Você já pesquisou sobre o comportamento das pessoas quando elas pesquisam por determinados assuntos? O que eles querem ver mais? Você utiliza bem as palavras-chaves, que apontam exatamente o que as pessoas querem ver. O seu vídeo é compartilhável?”, indaga o executivo.
Entre as boas práticas citadas, Eduardo ressaltou a importância de produzir conteúdos consistentes. Para isso, é necessário focar em três pilares: o conteúdo Help, que são os vídeos de temas específicos postados regularmente, mais factuais; o Hub, que são conteúdos mais esporádicos feitos de forma programada, que fazem a audiência voltar para o seu canal e, por fim, o conteúdo Hero, que são os vídeos especiais, feitos poucas vezes por ano, responsáveis por gerar visualizações por pessoas que não te seguem, atraindo novos inscritos.
Dados enriquecendo o jornalismo
Vitor Vieira, diretor executivo de Inteligência da RDI, iniciou sua palestra com um questionamento. Por que dados e conteúdo devem ser a mesma coisa? Os dados nos dão uma oportunidade: eles podem revelar coisas. Transformar o abstrato em concreto para as pessoas compreenderem com facilidade.
O jornalismo de dados apresenta duas finalidades importantes para as organizações de notícias: encontrar notícias exclusivas e manter viva a chama do jornalismo em seu papel de “guardião da sociedade”. Para Vitor, o jornalismo do futuro precisa ser reinventado na disputa pela atenção das pessoas. E, para isso, a utilização de dados tem sido um grande diferencial para o mercado. “Em um momento em que várias pessoas produzem conteúdo em diversas plataformas repensar a profissão com dados que corroboram o conteúdo é essencial para o crescimento da audiência”, conta.
Vitor ainda cita o exemplo do jornal sueco Svenska Dagbladit, que tem apostado na tecnologia e nos dados para o empoderamento do jornalista. “Os dados podem ajudar a contar uma boa história, com novas perspectivas, trazendo mais autoridade para o conteúdo”, explica. E para quem acredita que transformar conteúdo em dados é complicado, Vitor também apresentou alguns sites que fazem isso de maneira rápida e simples. Basta entender um pouco de Excel.
União do móvel com conteúdo
Bruno Rossini, gerente de Comunicação do Facebook, utilizou seu espaço durante o evento para mostrar como a plataforma pode ser aproveitada pelos jornalistas e influenciadores digitais para divulgar conteúdos e gerar mais audiência para os veículos. Para ele, hoje, a principal maneira que as pessoas se conectam ao mundo é por meio do celular. E é também pelo celular que a sociedade consome conteúdo. “Enquanto TV, rádio, impresso têm picos de consumo, no mobile, o Prime é o tempo todo. Das 9h da manhã até a meia noite, as pessoas estão consumindo conteúdo pelo celular”, conta. “E a diferença deles acessarem o seu conteúdo é o próprio conteúdo. E ninguém melhor para definir isso que o jornalista, pois vocês sabem o que os seus leitores querem ler”.
E para conseguir acessar esse público de forma efetiva, Bruno compartilhou um pouco de algumas boas práticas. “Como chamar a atenção de uma pessoa que está on-line o tempo todo, mas só permanece em um post por dois segundos? Na minha leitura e ouvindo algumas pessoas, temos que impactar esse público nos primeiros segundos, comunicando algo exclusivo, que vai permitir com que ele compartilhe para os seus amigos essa novidade, que só ele sabe, por exemplo”, diz. Outra boa prática é pensar se o conteúdo é fácil e amigável de visualizar em um aparelho celular, já que a maioria das pessoas acessa a internet pelo mobile.
Um dado importante levantado pelo executivo durante a apresentação é que o consumo de conteúdo no meio digital aumentou em duas horas, desde 2011. E para despertar o interesse desse público que tem à disposição uma quantidade incalculável de conteúdo, Bruno compartilhou algumas tendências para os jornalistas e os influenciadores digitais presentes no evento.
Para Rossini, a comunicação tem que ser instantânea, expressiva e imersiva. “Instantânea porque ninguém tem paciência para esperar mais nada. As pessoas querem respostas imediatas”, conta. Para isso, o Facebook tem o Messenger, aplicativo de mensagens instantâneas que tem sido utilizado por grandes veículos de comunicação para se conectar ao seu público por meio de robôs que entregam notícias de acordo com o interesse do leitor, como a CNN.
Já para comunicação expressiva, o executivo explica a importância da utilização de fotos e vídeos na plataforma para chamar a atenção do público. “A linguagem visual é a favorita das pessoas, elas querem esse tipo de comunicação”, explica. E a imersiva seria conectar as pessoas ao seu conteúdo. “As opções de transmissão ao vivo do Facebook e Instagram possibilitam que o seu público esteja nos bastidores, acompanhe determinado assunto como se estivesse no local, despertando mais interesse e interação”, conta. Bruno concluiu que a chave do sucesso está na cabeça de cada profissional, de criar um conteúdo interessante, com uma grande variedade de mídias.
Clique não é o mais importante
Encerrando as palestras, Bruno Belardo, presidente de Estratégia do BuzFeed contou um pouco sobre como funciona a empresa, que é uma das principais fabricantes de conteúdos do mundo. Para o executivo, ter um canal bem-sucedido depende de entregar o conteúdo como as pessoas querem. “Para isso, nós estamos sempre testando diretamente com o nosso público, sempre aprendendo. Se der errado, repensamos a estratégia, mas quem dá esse retorno são os nossos leitores”, conta. Além disso, Bruno acredita que a empatia e conexão humana são os novos superpoderes para construir conteúdos que as pessoas se relacionam e se identificam.
Além de produzir conteúdos de interesses gerais, como as famosas listas do BuzzFeed, a empresa apostou no segmento de News, que também utiliza um formato de interesse do seu público. “No caso do BuzzFeed News, pensamos em como as pessoas gostariam de consumir notícias e entregamos exatamente o que elas querem”, diz.
Outro fator importante abordado por Belardo é a necessidade de estar presente em todas as plataformas digitais. “Estamos onde nosso público está, por isso utilizamos o Facebook, Twitter, Instagram, YouTube para nos conectarmos com o nosso público e para que ele possa compartilhar com sua rede de amigos.
Uma questão a se pensar, que foi falada durante a palestra da BuzzFeed, é pensar em conteúdos que despertem o interesse na leitura, e não somente cliques. Mais do que entrar nas páginas, é importante acompanhar quanto tempo as pessoas permanecem nos canais e se elas leem todo o conteúdo.