Por Salim Georges Khouri Neto
No Brasil, a média de leitura ainda é assustadoramente baixa. Quase metade da população, 44% simplesmente não lê. É impossível olhar esses números e não sentir que estamos perdendo algo essencial: imaginação, vocabulário, repertório, mundo interno. A leitura, além de prazer, é infraestrutura social. É por meio dela que ampliamos consciência, capacidade crítica e visão de futuro. E um país que lê pouco se permite sonhar menos.
Foi justamente esse incômodo que nos moveu. Unimos os times de comunicação e diversidade, equidade e inclusão para transformar a leitura em uma experiência de impacto dentro da Syngenta. Não como um projeto isolado, mas como um gesto contínuo de cultura, inclusão e bem-estar.
Ao longo do ano, construímos uma curadoria de livros alinhados às temáticas dos grupos de diversidade que atuam na empresa. Cada ciclo envolveu votação dos colaboradores, encontros presenciais, rodas de conversa e trocas reais, aquelas que mudam a forma como pensamos e convivemos.
Os títulos que nos acompanharam ao longo de 2024 revelam um Brasil plural, complexo e profundamente humano:
Dia Internacional das Pessoas com Deficiência – Águas-vivas não têm ouvidos/ Adèle Rosenfeld – Um mergulho sensível sobre percepção, silenciamento e a potência da diferença.
Consciência Negra – O avesso da pele / Jeferson Tenório – Um relato necessário sobre racismo estrutural, identidade e a formação de um país que ainda busca sua própria verdade.
Orgulho LGBTQIA+ – A palavra que resta / Stênio Gardel – Uma história de amor, memória e afeto, que celebra existências que insistem em florescer.
Mês das Mulheres – A ridícula ideia de nunca mais te ver / Rosa Montero – Um encontro entre ciência, luto e coragem feminina que abre espaço para vulnerabilidade e força.
Cada encontro promoveu reflexões profundas com conversas que talvez nunca surgissem nos corredores e em cada roda do projeto reforçou algo que defendemos diariamente: diversidade não é uma pauta isolada e sim é cultura, educação e transformação humana.
O projeto impactou dezenas de colegas e deixou uma marca importante: quando incentivamos leitura, não estamos apenas formando profissionais, estamos formando pessoas capazes de transformar o ambiente ao redor com mais empatia e reconhecendo as diferenças.
Se leitura muda indivíduos, diversidade muda mundos e quando essas duas forças se encontram, algo poderoso acontece: uma organização inteira passa a imaginar futuros que antes pareciam impossíveis.
Salim Georges Khouri Neto é diretor de Talentos & Cultura Brasil e Head Global de Diversidade, equidade e inclusão da Syngenta, empresário, professor e palestrante. Administrador, Comunicólogo, Especialista em RH, Coach e Mestre em Administração pelo Insper. Executivo com mais de 20 anos de experiência na área de Pessoas e desenvolvimento humano.








