A transformação da cooperação em cultura com o ESG

Segundo dia do 4º Fórum Melhor RH ESG e Comunicação mostrou a importância de transformar discursos unindo propósitos, pessoas e práticas

O segundo dia do 4º Fórum Melhor RH ESG e Comunicação enfocou como a sustentabilidade pode transformar a cooperação em cultura. Os discursos propagados pela Comunicação devem unir propósitos, pessoas e práticas. Assim, a narrativa é vista como algo coerente, que de fato acontece e faz sentido para as pessoas.

No primeiro painel, “Levantando a bandeira – Como aliar embaixadores ESG e Educação Corporativa”, logo no início, Paola Klee, CEO da YC – Your Career Future, deixou claro que “quando se fala em ESG, fala-se em sustentabilidade; e, ao falar de sustentabilidade, não se pode deixar de falar de cultura e propósito. E, dentro dessa perspectiva, o RH tem um papel extremamente estratégico”. Douglas Almeida, executivo sênior de Recursos Humanos, lembrou de sua trajetória em diversas empresas, nas quais sempre procurou integrar diferentes áreas que tocavam temas relacionados ao ESG, não necessariamente com esse nome, “porque o tema ESG é relativamente recente”.

Kiko Campos, professor na Stanford University Design School, confirmou que ESG não é algo solitário e sim um propósito coletivo. “E está desenhado na estratégia da organização, na estratégia do RH”.

No painel “O além do bem-estar: O diferencial do cuidado com a saúde financeira, existencial e ambiental”, Maria Ester Domingues de Oliveira, diretora de RH da Gooroo Crédito e vice-presidente da Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos (AAPSA), admitiu que a ansiedade financeira é um tema pouco falado dentro das organizações. “Por conta da vergonha que as pessoas têm de falar disso, mas é algo real e devastador, na saúde mental e na produtividade.  “Quatro em cada 10 pessoas perdem o sono por conta de dívidas”.

Daniel Arouca, diretor de RH na Colgate-Palmolive, com 23 anos de empresa e que começou como estagiário na organização, 19 anos no Brasil e 4 anos no exterior, concordou com Maria Ester: “É um tema relevante. Antes da pandemia, só falávamos em bem-estar físico. A pandemia escancarou esse problema e as empresas começaram a investir na área de saúde mental. O bem-estar financeiro é uma das dimensões do bem-estar e as pessoas precisam cuidar disso. O empregador pode equalizar isso com iniciativas de levar mais informações práticas, como educação financeira. Inclusive a respeito do vício de apostas, que cresce hoje.

Marina Ponce, gerente de RH da Temon, disse que o feedback one-to-one entre liderança e colaborador pode trazer essa eliminar essa dificuldade que impacta o dia a dia. Temos parceria com bancos, empresas de planos de saúde, entre outras organizações e ferramentas. Para trazer mais planejamento e consciência.

Painel “Plantando a semente – As competências da liderança sustentável”. Para Fernanda Dabori, CEO da Advice Comunicação Corporativa, o líder tem esse papel de engajar, de unir o time. “E sabemos que, apesar de o ESG ter uma forte demanda, as pessoas querendo formalizar estratégias de ESG, existe sempre o desafio de alinhar prática e discurso. Entendemos que, quando temos uma liderança engajada, temos aumento de produtividade e lucratividade”. Elcio Trajano Jr., CHRO na Eldorado Brasil Celulose, acredita que “a liderança deve ter momentos para observar o que os outros têm a dizer, criar fóruns de aprendizagem de forma democrática, para que todos possam participar, e ter momentos para falar de pessoas, não apenas de negócios”.

Claudia Meirelles, head de Pessoas & Cultura na Itaúsa, explicou que sua empresa é uma holding com 100 pessoas e não temos um produto, temos capital intelectual. No qual a liderança tem um papel fundamental. Formar essas lideranças é muito importante. Nossa cultura passa a ser construída com um propósito claro, de como ela pode ajudar a empresa na criação de valores mais sustentáveis”.

No painel “Like não sustenta legado – A união de RH e Comunicação Interna para construir um storytelling de respeito”, Helena Prado, presidente executiva e sócia-fundadora da Pine, disse que o desafio do tema proposto é “se o like não sustenta legado, o que ele realmente sustenta? E, na prática, como o RH e a Comunicação podem garantir que o discurso de ESG vire apenas um storytelling? Mas sim uma vivência diária dentro da empresa. É algo verdadeiro, que as pessoas vivenciem isso”.

Priscila Quaresma, gerente de Comunicação Interna da Votorantim Cimentos, respondeu à indagação proposta, dizendo que “quando se fala de narrativa de sustentabilidade, aqui na empresa, para o público interno, o que percebo é que aqui temos muita verdade. E, olhando para o futuro, temos a sustentabilidade muito conectada com a estratégia do nosso negócio. Sustentabilidade é um tema transversal, por isso temos todos os colaboradores envolvidos nisso”.

Livia Lopes, head de Sustentabilidade na Pernambucanas, apresentou sua opinião de que “vemos o tempo todo a sustentabilidade sendo tratada como clima do mundo. Quando o clima do mundo está bom, incluindo o político, falamos nisso; quando está ruim, não falamos. Ano de COP 30 no Brasil, estamos falando muito, mas a COP 29 não falamos nada. Estamos vivendo 15 anos do Acordo de Paris, no qual definimos nossas metas de onde queríamos chegar. Mas, quando falamos nessas metas, elas parecem ainda muito distantes da realidade de muitas corporações. Se olharmos os 117 anos da Pernambucanas, para chegar nisso, algo fizemos bem, e foi a governança; agir com integridade. Agir no que é certo nos leva a caminhos de sucesso”.

No último painel “Ponto de não retorno – Comunicação Interna como estratégia para que práticas sustentáveis básicas se tornem hábitos”, Bruno Borges, gerente de Campanhas e Programas de Relacionamento com o Público Interno na Petrobras, contextualizou a complexidade da operação da Petrobras. E a transição energética, que é a mudança da pauta de fontes fósseis, que ainda é dominante em todo o mundo, para uma matriz de energia sustentável e renovável. “Isso envolve não só redução de gases do efeito estufa, mas também a promoção da acessibilidade à energia. Para a Petrobras, a transição energética envolve desafios e oportunidades. Estamos investindo hoje em energias renováveis e eficiência da parte operacional”.

Para Elizeo Karkoski, diretor executivo da P3K, não existem fórmulas prontas, “mas existem ingredientes que conectem, expliquem, engajem e, principalmente, que tenham coerência. Claro que temos impactos, mas que isso seja transparente para o colaborador comprar essa ideia”. José Luís Ovando, sócio-diretor de Estratégia e Atendimento na Supera Comunicação, lamentou não poder falar só de coisas boas, porque “aconteceram retrocessos na área. Deve-se entender o ESG como um guarda-chuva. Na quantidade de pedidos que a Supera recebeu este ano, houve uma redução no tema. Vivemos um tempo de questionamento se haverá retrocesso sobre tudo o que construímos até agora”. E destaca que precisamos ficar atentos a três pontos: “se existe de fato uma mudança na cultura, se o ESG entrou no DNA da empresa; se existe alinhamento entre discurso e prática; e se a empresa começa de fato a influenciar parceiros, fornecedores e mercado. Segundo: compromissos institucionais estratégicos, pois, quando se forma uma agenda, existe um planejamento estratégico de ESG; e se existe um investimento contínuo, que torna essas práticas permanentes. Finalmente, se existe uma mudança de mindset de todos os colaboradores, se foi um ponto percebido coletivamente”.


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