As gráficas vão acabar com o crescimento dos meios digitais. A resposta a essa pergunta é a evidência do que acontece hoje: empresas que não se adaptaram fecharam as portas, e quem olhou para a frente se adaptou aos novos momentos e cresceram. Entretanto, a queda de publicações impressas é notório e esse mercado enxugou o mercado gráfico.
Essa reflexão é importante no dia de hoje, 24 de junho, dia O Dia da Indústria Gráfica, data que coincide com o aniversário de Johannes Gutenberg, considerado o pai da imprensa moderna e inventor da prensa móvel no século XV. Essa data homenageia a indústria gráfica e todos os profissionais que atuam direta ou indiretamente no setor.
A prensa móvel, revolucionou a produção de livros e outros materiais impressos, tornando-os mais acessíveis à população e democratizou o acesso à leitura. Agora, os meios digitais fazem uma nova revolução no mercado de livros, jornais, revistas e impressos em geral.
A tecnologia continua a ser um motor fundamental de inovação no mercado gráfico. As impressoras estão se tornando mais rápidas, mais eficientes e capazes de lidar com uma variedade maior de materiais. O futuro da indústria gráfica apresenta tanto desafios quanto oportunidades. Adaptar-se às mudanças tecnológicas e às expectativas dos consumidores será crucial para as empresas que desejam prosperar.
Covid foi um marco e impulsionou as embalagens
A pandemia da
Covid-19 não foi apenas uma tragédia humanitária, com quase 1 milhão de mortos no Brasil. Esse período foi penoso também para a indústria gráfica. O ano de 2020 foi difícil para o setor, com queda de 17,3% de sua produção física ao longo do ano, segundo o IBGE. Com exceção para o segmento de embalagens alimentícias, bebidas, higiene, limpeza e medicamentos. Sem capital de giro, inúmeras empresas (a maioria no segmento de impressão offset) começaram a encerrar suas atividades. A indústria já vinha cambaleante desde 2013, de acordo com dados divulgados pela
Abigraf Nacional.
No entanto, de acordo com o
World Printers Forum Outlook 2021-22, pesquisa feita com 70 representantes do segmento de 17 países diferentes, as expectativas para 2022, no final da pandemia, foram otimistas e se realizaram. O levantamento da época apontou que 57% dos entrevistados registraram alta na receita em 2021 em comparação com o ano anterior. Além disso, o relatório também indicou que, neste ano, cerca de 70% dos entrevistados disseram que pretendem investir na área, sobretudo em modernização (24%).
Parte desse otimismo se deveu a um setor específico e diretamente ligado à indústria gráfica: o de embalagens. Impulsionado pela maior procura por e-commerces, delivery e aumento da abertura de PMEs durante a pandemia, o setor de embalagens cresceu 1% mesmo durante esse período desafiador. E, como de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (ABIGRAF) a impressão de embalagens corresponde a 49% da produção gráfica, o crescimento do setor trouxe oportunidades para a indústria gráfica num geral.
Para os próximos anos o segmento aposta na sustentabilidade, com uso de papéis recicláveis, tintas biodegradáveis, adesivos ecológicos, impressão digital avançada hibrida, .automação, uso da inteligência artificial, e impressão 3D.
O segmento gráfico de Atividades de Impressão (que inclui, por exemplo, livros, revistas, cartões magnéticos, impressos para fins promocionais diversos e de segurança) foi o que mais abriu novas vagas no primeiro trimestre de 2025, ou seja, o seu saldo de empregos foi de 1.030 novos postos de trabalho diretos, seguido dos
segmentos gráficos de Embalagens (1.000) e de Pré-Impressão e Acabamentos Gráficos (156).
Impactos no jornalismo
A circulação de jornais e revistas impressos no Brasil tem enfrentado uma tendência de queda nos últimos anos, embora alguns títulos tenham apresentado um aumento recente. O Instituto Verificador de Comunicação (IVC) ndicou quedas significativas na circulação impressa de revistas (28% em 2021) e jornais (16,1% em média em 2022). O IVC não divulgou dados de 2024, no entanto, análises e relatórios baseados em dados do IVC e outros levantamentos indicam que a tendência geral para o mercado de revistas impressas, assim como para jornais, tem sido de queda na circulação.
Entre os veículos fora da curva, Estadão e Folha lideram a alta de circulação do meio impresso. Entre 14 publicações tradicionais da mídia em papel, 9 registraram retração, mas circulação total teve alta de 324 mil em 2023 para 382 mil em 2024, segundo levantamento do Poder360, com dados do IVC – apesar que o Estadão e a Folha estão agora fora do IVC, pois não contribuem mais com a entidade. O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo registram saltos de 75.166 exemplares (133,4%) e 3.414 exemplares (8,2%), respectivamente. Além de Estadão e Folha, outros três tiveram aumento modesto em números absolutos nas suas versões impressas em 2024, ainda segundo o Poder360: A Tarde (BA), Estado de Minas (MG) e O Povo (CE) ganharam 463 exemplares (6,1%), 451 (6,2%) e 667 (11,9%), respectivamente.
Diversos jornais, principalmente de empresas em cidades médias, abandonaram o parque gráfico próprio e passaram a terceirizar a impressão dos exemplares, caso de
A Tribuna, em Santos. Mas enfrentam problemas pontuais de distribuição, por atrasos devido a problemas de trânsito e acidentes em estradas.