Nesta terça-feira, dia 3/6 prosseguiu 4º Fórum Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores – Ecos do Caos – em seu novo formato híbrido neste ano. Dia 27 de maio aconteceram a apresentação de três painéis presenciais em São Paulo, no Teatro CIEE no mesmo dia da premiação do 3º Prêmio Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores; e agora em dois dias (2 e 3/6) continua no formato online. É um evento de participação gratuita, uma iniciativa do Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e Plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH.
O último dia do Fórum continuou com discussões importantes a respeito de comunicação interna, desafios, tendências e melhore práticas. Márcio Cardial, diretor do Cecom e publisher de ambas as Plataformas, lembrou que as inscrições para o 4º Prêmio Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores serão abertas no próximo 16 de junho. “Seguimos comprometidos em reconhecer quem comunica com clareza, escuta e coerência, e em manter viva uma plataforma que conecta propósito, cultura e estratégia a partir do olhar da Comunicação Interna.
Começando nesta tarde com o painel No lugar do outro Empatia e diálogo como estratégia intergeracional – com Cristina Iglecio, sócia-diretora na Kubix Comunicação e Estratégia; Rodrigo Rocha, vice-presidente de Marketing e Comunicação na Amil e Rogério Louro, diretor de Comunicação na Nissan do Brasil.
Cristina abriu a conversa lembrando que atualmente temos quatro gerações vivendo no ambiente corporativo. “Entre os baby boomers (nascidos entre 1946 e 1966) e a Geração Z (1997 a 2012), podemos afirmar que o advento do mundo digital trouxe uma grande revolução na comunicação e na forma como pensamos.
Rodrigo abordando os principais impactos no relacionamento intergeracional no ambiente e trabalho, disse que “é uma dor que executivos de qualquer área estão sofrendo, pois como se consegue gerir quatro gerações dentro de uma organização”. Mesmo não gostando desses rótulos de gerações, destaca que “a grande crise que estamos vivendo não é de geração e sim de mentalidade. Temos mentalidade diferente dentro da mesma organização, que pensam diferente. Existe um choque de gerações dentro das organizações. E com isso a gente está vendo um índice alto de burnout e pedindo demissão. Para uns a carreira é muito importante, como no tempo de nossos pais, que acreditavam que ficariam numa mesma empresa o resto da vida. E para outros uma questão mais de propósito; e outros de sentido. Então temos pessoas com falta de engajamento dentro da empresa por falta de entendimento dos líderes a respeito dessas questões, pois o líder hoje deve estabelecer pontes entre as gerações. Ele precisa ter uma visão, uma empatia, uma compaixão de entender esse cenário”.
Louro também não gosta de rotular as gerações, e fala em empatia: “A melhor maneira é juntar as pessoas, para conviver junto apesar de conflitos. Aprender a conviver. Hoje, uma grande parte do meu trabalho é gestão de pessoas. Porque eu tenho várias gerações na empresa e isso é bom, pois é possível criar produtos e serviços e permite dar uma experiência para o cliente. Se eu tivesse uma empresa com uma geração só, eu não conseguiria atender as outras. E meu público também é muito diverso. Isso é uma necessidade para os negócios”.
O segundo painel foi Pilar do bem-estar – Comunicação como ferramenta do cuidado e segurança, teve a participação de Fábio Gomes França, gerente de Comunicação Interna no Tribunal de Contas da União (TCU); Flávia Caldeira, especialista de Comunicação Corporativa; Meire Blumen, gerente corporativa de Saúde na Motiva. Para começa, Flávia trouxe um levantamento da Deloitte apontando que 93% das empresas reconhecem que o bem-estar dos funcionários impacta diretamente na rentabilidade nos negócios. Mas somente 22% desses entrevistados dizem que fazem algo efetivo para esse bem-estar. E destacou o tema do capitalismo consciente, um movimento que começou em 2010 nos EUA com John Mackey, que faz uma provocação: estamos aqui sim para ganhar dinheiro, para ter sucesso, mas também para deixar legado e precisamos fazer de nosso dia a dia um ambiente saudável, socioambiental. Essa responsabilidade da saúde mental e socioambiental no mundo corporativo é cada vez mais exigida”.
“Esse é o grande desafio que temos no ambiente corporativo”, disse Fábio, citando pesquisa recente de Tendência de Gestão de Pessoas, da GPTW (Great People at Work), e o último relatório apontou que o grande desafio de gestão de pessoas é a comunicação interna colado com saúde mental”. A respeito e seu trabalho, disse que uma das diretrizes recentes do TCU foi a questão de saúde mental, combate ao assédio e diversidade e inclusão e criou uma campanha interna a esse respeito.
Meire concordou como é difícil de fato, situações onde o medo e o estigma nos diferenciam nesse cuidado. “Na Motiva o que traz uma motivação é que as pessoas não estão dentro de um ambiente controlado, estão dispersas em 13 estados, em diferentes plataformas – rodovias, aeroportos, ferrovias. E para que a saúde entre em movimento o papel da comunicação é fundamental. Pensado na dificuldade em se pedir um suporte emocional… e estudos evidenciam que 70% dos casos declaram essa dificuldade. E ano passado lançamos a capacitação de socorristas em saúde mental. Pensando em levar esse primeiro nível de atendimento para onde nossas pessoas estão.
O próximo painel foi Lugar de escuta – Ouvir de verdade como habilidade do futuro, com Adevani Rotter, presidente da Ação Integrada; Anne Maezuka, gerente de Comunicação no Grupo Marista; e Cleide Cavalcante, gerente executiva de Comunicação Corporativa na Progic. Abrindo a discussão, Anne destacou um evento interno recente chamado “Partilhe e Escuta”, com todos os colaboradores e o CEO. “Quando tinha alguma pauta e as pessoas não respondiam nada isso dizia mais do que as perguntas dessas pessoas. Precisamos trazer esse assunto para a diretoria, essa pauta que as pessoas não estão trazendo, para criar um ambiente seguro.
Adevani recorda um momento em que foi ouvida e também quando não foi ouvida, “que tem a ver com o tema do painel. Na minha história de vida, trabalho com comunicação há muito tempo, tenho mais histórias de não ser ouvida, porque as pessoas não ouvem um aos outros”. E admitiu que também tem dificuldade dessa escuta. “Sou ouvida quando tenho uma conexão com o outro e tenho uma conversa genuína. Quando a gente está presente na conversa, a gente cria o futuro. Porque hoje está todo mundo muito acelerado, por isso não é o outro que não ouve”.
Cleide colocou que as pessoas tem o hábito de ouvir no contexto e uma vida cada vez mais dinâmica, seja em sociedade ou no ambiente corporativo. E agora muito mais com as tecnologias, que imprimem uma velocidade muito grande com um volume enorme de conteúdo, de informação. Resulta numa ansiedade muito grande e o lugar de escuta e o lugar de fala são lugares que estão cada vez mais compactados, e precisamos estar atentos a isso. Uma grande estratégia para superar isso é criar o hábito e reunir suas equipes, como líder, e ouvir o que eles tema dizer. Porque o líder fala, mas também tem que praticar o exercício da escuta”.
Bom entendedor – Comunicação ágil e produtiva na prática, com Bruno Zani, gerente de Comunicação na Boehringer Ingelheim; Franciele Zoz, analista de Comunicação Sênior na Santista Têxtil e Viviana Toletti, CEO na XCOM by Atrevia. Bruno lembrou a provocação trazida pela sinopse o painel, que pede para nós imaginarmos uma orquestra onde cada um toca em seu próprio ritmo. “E quando cada músico toca no seu próprio ritmo já sabemos o que acontece: esse caos sonoro. E no mundo corporativo, a comunicação sem a estratégia tem esse mesmo efeito caótico. Mensagens desencontradas, prioridades que mudam, ninguém sabe para onde está indo, os líderes de cada área tem mensagens diferentes. Fica uma sensação de que perdemos a estratégia, a direção”.
Franciele complementou, concordando que o papel da comunicação é muito importante nas organizações para essa clareza, “precisamos decidir as práticas e focar na clareza da informação porque hoje tudo se comunica. Quando definimos o nosso persona, conhecemos o nosso público, e nossa jornada, fica tudo mais claro. Hoje, entendemos mais sobre o papel do líder, é ele a nossa principal ferramenta para organizar essa comunicação interna. O líder precisa estar a frente. Ele é o comunicador, o líder que nos apoia e mais do que isso, é ele que influencia.
Viviana explicou algumas regras que aplica em sua empesa e outras que até recomenda para seus clientes. “Temos que ter canais de comunicação integrados, vital hoje em dia, e multitela. Falamos muito de escuta ativa. Em qualquer canal que estamos, sabemos que virá uma resposta. Aí tem a questão do feedback. É algo tão dinâmico, mas se você não estrutura, não foca o processo, acabamos gerando o ruído, algo que nunca queremos. E outro ponto que trabalhamos, além dos canais, temos que ter plataformas unificadas com conteúdo integrado, material acessível para todos com email marketing, newsletter…comunicar é vital e o óbvio precisa ser dito”.
O penúltimo painel foi Palavra de mentor – CI como suporte para aprendizado contínuo, com Claudia Cezaro Zanuso, sócia-diretora da Duecom; Lucas Moura, gerente de Comunicação e Responsabilidade Corporativa na Construtora Tenda; e Tatiani Longo, diretora de Comunicação Interna e Endomarketing da Alfa Comunicação e Conteúdo. Claudia contextualizou lembrando que o trabalho de comunicação interna “nasce desse desenho da cultura organizacional, o que, uma vez entendida o que é a cultura, esse jeito de fazer negócio e quando acontece. Isso que está posicionado como valor, missão e posicionamento a empresa, tudo isso vai gerar um jeito da gente trabalhar esse relacionamento interno e poder contribuir para esse aprendizado contínuo”.
Aprender não é um evento isolado, e sim uma jornada constante. E o papel da comunicação nisso. Tati posiciona essa questão dizendo que a comunicação interna é essa ferramenta poderosa que, quando utilizada e maneira estratégica pelas empresas, traz muitos resultados positivo. “Devido ao fato da comunicação ser uma habilidade natural do indivíduo, as empresas muitas vezes pensam que ela vai acontecer de qualquer modo lá na ponta. E não é planejada e muitas vezes não atinge seu objetivo. Mas quando ela é direta, transparente e conversa com os diversos públicos a empresa, ela envolve e engaja o colaborador. O funcionário quer saber o que ele contribui com o todo, como a peça do quebra-cabeça encaixa na empresa como um todo”.
Moura afirma que tem quatro gerações convivendo e sua empresa e isso torna esse caldo um pouquinho mais difícil de fazer a gestão. “Temos dois extremos: os boomers, que tem um apreço por estabilidade, pelo conhecimento, pela experiência. E por outro lado temos a geração Z, com um olhar muito apreciativo para a diversidade e inclusão. Não é que as coisas não se convergem, mas existem tensões algumas vezes de prioridades e expectativas, e acaba muitas vezes esbarrando na forma como a comunicação acontece.
O último painel foi Perfil que engaja – Como lidar com a presença digital dos colaboradores, com Cláudio Sá, CEO da Conteúdo Comunicação, Guilherme Almeida, gerente sênior de Comunicação Corporativa e Valéria Queiroz, coordenadora de Comunicação Interna e Experiência da Pessoa Usuária no Senac São Paulo. Cláudio explicou que a presença digital de colaboradores é um tema muito demandado nas organizações, particularmente até pelos CEOs, que hoje se transformaram na voz das empresas, nas redes. “E não só os CEOS, os demais colaboradores também, de diferentes cargos nas companhias estão ocupando espaços digitais relevantes. E a gente sabe que os perfis pessoais engajam mais que os perfis corporativos. Estamos diante de um desafio de como transformar essa potencialidade de influenciadores digitais dentro das empresas e como eles podem contribuir para o posicionamento das marcas, para advocacia das causas das empresas, e os cuidados que temos que tomar nesse processo para garantir a segurança e a fluidez nas comunicações”.
Valéria, que tem na sua rede de colaboradores no Senac especialistas de muitas formações diferentes, contextualizou que muito recentemente existia um entendimento do que era comunicação interna e comunicação externa, até como disciplinas separadas na academia. “Mas o digital trouxe um novo universo. Cada um de nós é uma mídia. E fui percebendo depois de um tempo a presença os funcionários nas redes, trazendo seus perfis pessoais. E temos o recorte do Brasil, onde a rede é muito presente”. Ela convidou funcionários, professores do Senac para compartilhar perfis no LinkedIn, com o cuidado de ter um gerenciamento de crise para monitorar esses perfis, e “fomos dando voz no dia a dia para cada pessoa”.
Almeida lembrou de um programa de employer advocacy que implantou numa empresa onde atuou recentemente, e dividiu alguns dados de uma pesquisa recente feita por uma consultoria internacional de tendência de employer advocacy: “Conteúdo por colaboradores geram oito vezes mais engajamento; 92% dos compradores B2B confiam na recomendação dos funcionários muito mais do que os próprios materiais que as marcas desenvolvem; e os colaboradores que se envolvem com employer advocacy, ou programas de formaçao de embaixadores de marcas nas mídias digitais são 3,7 vezes mais propensos de permanecer na empresa”.
Continuem acompanhando a cobertura completa e mais detalhada dos dois dias desse Fórum em nossas Plataformas
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