Há 179 anos, em 22 de maio de 1846, em Nova York, nascia a agência de notícias Associated Press (AP), uma das mais antigas do mundo – só perde em longevidade para a France Press, fundada em 1835). Foi criada por um grupo de jornais para que as notícias chegassem o mais rápido possível para as redações e para os leitores. Utilizavam inicialmente o telex. Como diz no enunciado oficial da agência, “a Associated Press estabeleceu o padrão para o jornalismo independente, imparcial e baseado em fatos. Somos transparentes sobre nossos valores e princípios jornalísticos, que norteiam todos os jornalistas da AP e tudo o que fazemos”.
Foi fundada como uma cooperativa de notícias independente, cujos membros são jornais e emissoras de rádio e TV dos EUA. De Nova York a Londres está presente em 230 locais, em quase 100 países. O trabalho de seus jornalistas foi reconhecido com inúmeros prêmios . Como 59 Prêmios Pulitzer , incluindo 36 de fotografia, desde que o prêmio foi criado em 1917.
E acaba de lançar uma nova plataforma de entrega de conteúdo alimentada por IA que torna mais fácil descobrir e usar a vasta coleção de conteúdo visual, de áudio e de texto da organização global de notícias. “O novíssimo AP Newsroom é uma plataforma verdadeiramente centrada no usuário, que oferece acesso direto ao rico portfólio de jornalismo em todos os formatos da AP”, disse Kristin Heitmann, vice-presidente sênior e diretora de receita da AP. “Isso representa um marco importante em nossos esforços para ajudar os clientes a obter rapidamente o conteúdo de que precisam, acessar notícias de última hora com mais rapidez do que nunca e descobrir novos ângulos sobre as histórias – tudo isso para atender seus próprios leitores e públicos.”
Primórdios
Antes de funcionar oficialmente, a ideia foi desenvolvida por representantes de cinco jornais norte-americanos da cidade de Nova York se uniram com o objetivo de baratear os custos de cobertura da guerra, na qual o México perdeu o atual estado do Texas para os Estados Unidos. Na época, as notícias eram levadas por mensageiros que utilizavam telégrafo, barcos, cavalos e até carruagens até chegar à Nova York, quase uma semana depois. A ideia era trazer informações mais rapidamente do que os Correios dos Estados Unidos.
Pouco depois, no dia 13 de maio de 1848, reunidos no escritório do jornal Sun, os principais editores de influentes jornais, Henry Raymond (co-fundador do New York Times), do Courier and Enquirer; Greeley, do Tribune; Moses Yale Beach, do próprio Sun e principal articulador do negócio; Erastus e James Brooks, do Express; e Hale e Hallock, do Journal of Commerce, fundaram a HARBOR NEWS ASSOCIATION e assinaram um acordo que tinha como objetivo facilitar o transporte das notícias no território americano, pelo qual se comprometiam a pagar US$ 100 dólares por 3.000 palavras de notícias telegráficas que seriam retransmitidas para os jornais afiliados.
Alexander Jones tornou-se o superintendente do serviço. Já em 1849 abriu a primeira agência de notícias fora dos Estados Unidos em Halifax, no Canadá, para atender navios que navegavam da Europa antes de chegarem ao cais em Nova York. O sucesso inicial da nova associação em levar as notícias mais rapidamente até as redações dos jornais filiados despertou o interesse de dois outros jornais em 1850, o Philadelphia Public Ledger e o Baltimore Sun, que começaram a pagar para receber as notícias sem serem membros da cooperativa. No ano seguinte, o tradicional jornal Times se tornou membro da associação que passou a chamar NEW YORK ASSOCIATED PRESS (literalmente “Imprensa Associada de Nova York”) e estabeleceu um rígido controle na transmissão de notícias telegráficas em forma de cooperativa, vendendo seus serviços também a outros jornais.
Na virada do século passado, a AP se fundiu com diversas agências regionais, reforçando sua operação como cooperativa sem fins lucrativos. Em 1919 se tornou uma agência internacional, prestando serviços para jornais europeus. Em 1935 criou o inovador serviço de transmissão eletrônica de fotografias, e em 1967 via satélites, revolucionando a cobertura diária dos jornais em todo o mundo. Em 1941 começou a prestar serviços para emissoras de rádio e também fundou sua própria rádio. Em 1972 os computadores começaram a chegar nas redações da agência, facilitando a produção de notícias mais rápidas
Mas foram os computadores e a internet que abalou profundamente seus serviços, pois a partir dessa rede internacional as noticias eram produzidas por qualquer pessoa e chegavam a qualquer usuário no mundo, impactando os negócios. Mas superou o desafio e se reinventou, com o diferencial da cobertura exclusiva e também utilizando a internet e aplicativos, além de noticiário segmentado.
AP Hoje
Atualmente a Associated Press continua como uma cooperativa formada por jornais, rádios e televisões americanas, e conta com 263 escritórios em 106 países, fazendo jornalismo por vídeos, imagens e textos ao transmitir notícias de última hora, cobrir guerras e conflitos e produzir relatórios empresariais que contam histórias pelo mundo. Como uma cooperativa sem fins lucrativos, as notícias e conteúdo da AP são utilizados por 1.300 jornais e mais de 5.000 estações de rádio e televisão. Apesar do destino da AP estar extremamente relacionado ao dos jornais, a cooperativa – gera 2/3 de seu lucro de outras fontes, como a rádio AP, a AP Television News (fornece a muitas das emissoras do mundo um feed contínuo de notícias, esportes, entretenimento e conteúdo de vídeo em destaque 24 horas por dia), vendas online e internacionais e outros serviços.
