Por Paola Klee
Diante da dinâmica contemporânea do mundo empresarial, a diversidade e a inclusão têm emergido como fatores cruciais para impulsionar o desenvolvimento, tanto de organizações quanto de seus colaboradores.
Prova disso é o levantamento feito pela consultoria Mais Diversidade, que revelou que 74% dos profissionais entrevistados expressaram a necessidade de um ambiente de trabalho mais inclusivo.
Os resultados convergem com o estudo do Instituto Identidades do Brasil, que examinou o impacto da diversidade no mercado de trabalho entre 2010 e 2019. O levantamento constatou que, para cada 10% de aumento na diversidade étnico-racial, houve um incremento de quase 4% na produtividade. Da mesma forma, para cada 10% de aumento na diversidade de gênero, verificou-se um acréscimo de quase 5% na produtividade.
Esses números mostram que os investimentos em diversidade e inclusão não apenas promovem uma sociedade mais justa, mas também otimizam o desempenho organizacional em um cenário de alta competitividade e
retenção de talentos desafiadora.
Inclusão: Pilar da Cultura Organizacional
Quando olhamos para as pesquisas sobre as Tendências do RH 2030, evidencia-se a necessidade de posicionarmos a inclusão como um pilar essencial da estratégia de ESG (Ambiental, Social e Governança),
conectando-a diretamente à responsabilidade social e aos objetivos organizacionais.
Entretanto, acreditamos ser fundamental termos princípios norteadores pautados nos valores da empresa, e tratarmos a complexidade do tema sobre Diversidade e Inclusão no contexto cultural, e não apenas como um
tema de RH ou de Sustentabilidade, mas sim um tema amplo e de responsabilidade de todos.
Por mais que as empresas tenham políticas corporativas e métricas de diversidade definidas, elas não serão suficientes, e será necessário que os princípios culturais sejam definidos. Nesse caso, a área de gestão de pessoas
tem um papel fundamental em apoiar as lideranças e a empresa na definição desses princípios, para que possam nortear as decisões, no dia a dia da empresa.
Além disso, de acordo com pesquisa da Deloitte, 80% dos profissionais acreditam que liderar com propósito e inclusão será essencial para o sucesso organizacional nos próximos anos. Esse dado reforça a urgência de preparar gestores para liderar em um mundo que exige não apenas agilidade, mas também responsabilidade social e uma mentalidade inclusiva.
Inclusão na Prática: Vivenciar os Princípios
Embora atrair diversidade seja um passo importante, o maior desafio está em garantir a permanência dessa diversidade e promovê-la em todos os níveis organizacionais. Para tanto é fundamental que haja a transformação cultural necessária que passa por absorvermos na prática organizacional os valores e princípios de uma mentalidade inclusiva.
Na nossa prática percebemos que houve evolução, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Atualmente, apenas 2% dos empregados das empresas brasileiras são pessoas com deficiência (PCD), embora quase 24% da
população tenha algum tipo de deficiência. A desigualdade de gênero também persiste, com apenas 13% dos cargos de chefia ocupados por mulheres, que recebem, em média, 30% a menos do que os homens, no mesmo cargo.
Além disso, as taxas de desemprego e empregos mal remunerados são significativamente maiores para a população negra, que também enfrenta uma parcela desproporcional de discriminação no ambiente de trabalho.
Nosso trabalho com alguns clientes confirma que incluir diversidade nas camadas organizacionais requer mais do que metas: exige práticas consistentes e líderes capacitados para transformar o discurso em realidade.
Por exemplo, para alguns clientes, que tinham estratégias de expansão geográfica trouxemos como iniciativa o desenho de um programa de atração de profissionais pautado na diversidade cultural, através de parceria com
ONG especializada na recolocação de refugiados no país. Tais projetos proporcionaram não apenas maior agilidade para a expansão dos negócios, mas também melhorias significativas no ambiente organizacional.
Mentalidade Inclusiva: Capacitação de Líderes
A transformação cultural começa pela mentalidade. A inclusão efetiva depende de lideranças preparadas para incorporar esses valores na prática.
Isso envolve:
- Capacitação constante de gestores sobre inclusão, equidade e pertencimento.
- Escuta ativa e integral para entender as necessidades de diferentes grupos.
- Alinhamento estratégico, onde a inclusão deixa de ser um tema de RH e passa a ser um compromisso de toda a organização.
- Incorporar diversidade e inclusão como princípios fundamentais da cultura organizacional não é apenas um ato de responsabilidade social, mas uma estratégia essencial para a sustentabilidade e o sucesso das empresas.
Construa Futuros Inclusivos Hoje
A diversidade e a inclusão não devem ser apenas discursos ou metas quantitativas, mas práticas incorporadas ao dia a dia das empresas. Para isso, a transformação cultural é essencial e a liderança precisa ser capacitada para
transformar esses princípios em ações concretas, garantindo que o sentimento de pertencimento esteja presente em todas as camadas da organização.
Mais do que uma questão de responsabilidade social, a inclusão é um motor de inovação, engajamento e competitividade. Ao posicioná-la como um pilar cultural e da estratégia de ESG, as empresas alinham propósito e resultado, preparando-se para um futuro mais justo, diverso e próspero.
A YC-Your Career Future está ao seu lado para lhe apoiar nessa jornada. Vamos construir juntos futuros diversos e inclusivos!
![](https://portaldacomunicacao.com.br/wp-content/uploads/2022/11/Paola-Klee-do-G17-1-150x150.jpg)
Paola Klee é fundadora do YC – Your Career Future