Jornalistas buscam mais segurança na reta final das eleições

Categoria foi uma das mais atacadas no processo eleitoral, e sindicatos e entidades de classe recomenda cuidados na cobertura do primeiro turno

Na reta final das eleições, quando se aproxima a data das votações, intensificam-se os ataques à jornalistas nas redes sociais e nas ruas. Na verdade é uma continuação de um processo de violência e tentativa de intimidação da imprensa que vem ocorrendo desde o governo Jair Bolsonaro, quando atacar jornalistas se transformou praticamente numa política de estado.

A Associação Nacional dos Jornais (ANJ) lançou uma cartilha com orientações a seus associados a respeito de procedimentos de segurança durante as eleições municipais. O texto, elaborado pelo Comitê Jurídico da ANJ, traz também sugestões de tratamento do noticiário e da propaganda eleitoral durante a corrida eleitoral municipal.

A Justiça Eleitoral também lançou uma campanha informativa para auxiliar no enfrentamento das mentiras nas Eleições Municipais de 2024.  Com o mote “Jornalismo é confiável, fala nossa língua, protege da desinformação e fortalece a democracia”, a iniciativa conta com uma cartilha em formato playbook para jornalistas. A linguagem foi adaptada para atender às diferentes regiões do país e alcançar um público mais amplo.

A campanha foi lançada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), na terça-feira (06.08), na sede do Tribunal, em Brasília (DF). Com o slogan “A mentira destrói seu voto”, a campanha também foi realizada em parceria com outras 11 associações e instituições relacionadas ao jornalismo profissional. São elas: Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Agência Lupa; Associação de Jornalismo Digital (Ajor); Alright; Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner); Associação Nacional de Jornais (ANJ); Aos Fatos; Coar; Instituto Palavra Aberta; Projeto Comprova; Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor).

Já a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), articulada com 11 organizações da sociedade civil dedicadas À defesa da liberdade de imprensa, está orientado a adoção de medidas para garantir a segurança dos jornalistas nesta reta final das eleições municipais de 2024.

Acontecerão plantões de dirigentes sindicais e das assessorias jurídicas para atuar no dia 6 de outubro, no primeiro turno.  A imprensa, segundo os dirigentes sindicais, continua sendo alvo de ataques constantes desde a ascensão da extrema-direita brasileira em 2018. No ambiente digital, a violência ocorre de maneira preocupante, com ameaças, mentiras e injúrias e difamações.  Desde o início do período eleitoral, em 16 de agosto, até 18 e setembro, já foram registrados 38.008 ataques online, segundo monitoramento da Coalizição de Defesa do Jornalismo (CDJor), que é uma articulação da sociedade civil.

Violência no período eleitoral

O terceiro trimestre de 2024, que inclui a reta final das pré-campanhas e a maior parte do período eleitoral das disputas municipais, registrou 323 casos de violência contra figuras da política brasileira. É o trimestre mais violento dos últimos cinco anos, segundo levantamento do Observatório de Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (Unirio).

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