Clima organizacional é fundamental para a governança e a sensação de felicidade

O papel da comunicação para a disseminação de propósitos e políticas corporativas que trazem o bem-estar para toda a comunidade

Em tempos de mudanças climáticas e crises sociais e governança corporativa, o ESG e programas de felicidade corporativa oferecem um ambiente seguro e acolhedor com um olho na saúde do trabalhador e outro na sua produtividade. E a comunicação interna tem um papel fundamental para difundir essas iniciativas. O tema esteve presente no  4º Fórum Melhor Rh de Felicidade Corporativa – Eu em equilíbrio, organizado pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e plataformas Negócios da Comunicação e Melhor RH, especificamente no painel Fim do mundo virando a esquina – o papel da responsabilidade corporativa e social no bem-estar do time”. Participaram Alexandre Leite Lopes, diretor Presidente/CEO da Jobcenter do Brasil; Fernando Viriato, vice-presidente Sênior de Talento e Cultura da Accor; e Patricia Alexandre, diretora Executiva do Sinapro. O evento aconteceu no final de junho deste ano.

Patrícia fez o esquenta questionando o que as empresas estão fazendo como suporte na questão do clima para amparar funcionários, nesse contexto da tragédia recente do Rio Grande do Sul e mudanças climáticas que o mundo está passando. Ela afirmou que muitas empresas entendem a importância disso, mas as vezes não conseguem fazer. ”O tema ESG está sendo tocado há algum tempo, mas ainda engatinhamos nisso”. Os destaques são, segundo ela, para algumas empresas multinacionais. As pequenas tem mais dificuldade para implementar.

Fernando Viriato

Viriato lembrou que é uma questão que envolve governos, empresas, parceiros, fornecedores, etc. e quando a empresa adere ao Paco Global tem responsabilidades enormes. “Não adianta aderir ao Pacto Global apenas para aderir, é necessários ações concretas”, pontuou. Ele ressaltou ainda que bancos e operadores que oferecem capital de giro para as empresas, colocam as taxas de juros  menores para quem tem indicadores sociais relevantes. “Ter mas mulheres em posições de liderança pode significar, por exemplo, uma taxa de juros menor para as empresas tomadoras que tem essa prática de igualdade de gênero”

E mais: “Precisamos ter pessoas engajadas, motivadas e para isso precisamos ter propósito”. Por ser um grupo francês, a Accor segue as legislações de seu país de origem e da União Europeia, onde a questão do ESG avançou bastante e trouxe essa política para o Brasil. “Acreditamos que as pessoas devem ter um propósito, e ninguém mais tema relação com uma empresa apenas pelo salário”, falando do público interno. E o propósito é o impulsionador de pessoas engajadas e motivadas. E isso inclui participar ativamente de compromissos com a ajuda de comunidades. A empresa tem um fundo financeiro para isso, destacou o executivo, e disponibilizou ajuda para o Rio Grande do Sul, no momento da tragédia as inundações, como também em outras situações de crises sociais, principalmente vinculadas a questões climáticas,  ocorridas recentemente na Turquia, Marrocos, Chile, e ajuda a sociedade e os colaboradores. “Vários hotéis nossos abrigaram pessoas deslocadas devido a essas catástrofes, como também mobilizamos colaboradores em diversas unidades para recolher doações”.

Alexandre Lopes

“A governança e o ESG está intrinsicamente relacionada com à felicidade corporativa”, complementou Alexandre Lopes. Com isso, o equilíbrio, subtema do fórum, é atingido levando em conta a vida profissional e pessoal do funcionário.  Mais a transparência, que em sua opinião também motiva o colaborador.  “Claro que política de remuneração é importante, mas além dessa questão básica, a transparência e responsabilidade social deve ser vista nas atitudes da empresa”. Ao ter transparência nas ações e na comunicação sempre contribui com um ambiente de confiança e os funcionários entendem as atitudes das empresas. “Agir da forma que se fala melhora o clima organizacional e reforça o engajamento dos funcionários.”, diz. “Políticas de remuneração e benefícios são muito importantes, mas além disso, todos buscamos a responsabilidade social nas atitudes das empresas onde trabalhamos. É um propósito sim, mas está muito vinculado aos resultados, à produtividade”.

“Ninguém pode ser engajado sem ser feliz”, insiste Viriato. Respeito e confiança é a base de tudo, disse. E falando, o executivo disse que parece fácil, mas nem tanto. Patrícia disse que a chave é a liderança. “Temos um problema no mercado hoje, essa geração que está assumindo a gestão das empresas não quer mais ser líder, e a liderança impacta em 80% da felicidade do colaborador. Quando as empresas tem suas políticas claras e objetivas, conseguimos fazer as coisas acontecerem”.

A felicidade de cada um 

Patrícia Alexandre

Patrícia pergunta o que é felicidade para cada pessoa. Em conversa com equipes, ela percebe que a questão está muito ligada a liderança, que é um problema no mercado hoje. “As novas gerações não querem mais assumir alguns cargos de liderança. E a liderança impacta em 80% a felicidade corporativa, segundo pesquisas. Existe ainda uma forte tendência de melhorar as lideranças. “Aquilo que a empresa acredita, em termos de propósitos, tem que ser o comportamento e todos”.

Outra pergunta importante que mobiliza as empresas hoje, é saber quais os canais de comunicação interna ajudam a mobilizar melhor as pessoas dentro dos propósitos do ESG, da governança e da felicidade corporativa. Patrícia acredita que o melhor canal de comunicação é ter uma variedade de canais, como bate-papo, workshops, pílulas com sugestões que podem ser disseminadas na intranet, fazer pequenos grupos para discutir o assunto, entre outras estratégias para disseminar os conceitos. Felicidade é algo complexo e temos que ajudar as pessoas a compreender o que significa isso para as pessoas e no ambiente corporativo. Fernando acrescenta como fator balizador, o momento da jornada da empresa. “Se é uma empresa que já está surfando nisso, a saída da comunicação de fato é ter multimeios. Tem que saber usar os discursos e canais adequados. Redes sociais corporativas, murais físicos e eletrônicos, ou seja, várias formas de fazer. Mas o principal canal são as lideranças, e não estou falando do RH. Não é só um tema do departamento de RH, e sim um tema de gestão executiva das empresas. Tema de diferenciação competitiva, antes de tudo. Um tema que impacta os resultados financeiros”. E alerta: não existe empresas perfeitas. “A diferença é o que fazemos quando vemos algo de errado acontecer. Qual é o norte. Quando temos decisões difíceis para tomar temos que olhar para os nossos propósitos e valores. Ter compromissos de longo prazos”. E em termos de comunicação, explica o executivo da Accor, é necessário ter um plano e saber o que medir, como medir e para que medir resultados.

Alexandre concorda que é uma questão de multicanais de comunicação. Usar todas as ferramentas de comunicação interna disponíveis. E aliar essas ferramentas de comunicação com atitudes. E exemplifica: “Se você tem uma colaboradora gestante e toda comunicação interna divulga uma política positiva a esses respeito, mas na hora as equipes não entendem esse momento como algo positivo, ou algo que atrapalha a produtividade, e não ficarem felizes por ela, qualquer comunicação dessa política não será eficaz”. Em resumo, utilizar todos os meios de comunicação disponíveis mas verificar se as atitudes internas estão alinhadas à política da organização.

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