A hora e a vez da diversidade na imprensa

Cobertura que aborda também o ponto de vista de grupos sociais minorizados, além da presença dentro das redações de pessoas também diversas, traduz melhor a realidade brasileira

A inclusão é um tema que também interessa as organizações jornalísticas, por promover a equidade, o protagonismo e a representatividade dos diversos grupos sociais, principalmente os minorizados – gênero, raça e território. Isso do ponto de vista da cobertura jornalística, as fontes, dos entrevistados, como também dentro do ambiente onde essas reportagens nascem, são pautadas e editadas.  Esse tema esteve presente no 6º Fórum de Jornalismo Especializado, Regional e Comunitário, que aconteceu on-line, em maio, promovido pelo Cecom – Centro de Estudos da Comunicação e Plataforma Negócios da Comunicação. E aconteceu no painel: “Jornalismo para quem? – Conscientização e práticas para respeitar e incluir a todos”, com a presença de Bianca Pedrina, diretora Executiva Operacional no Nós, mulheres da periferia; Lenne Ferreira, editora da Afoitas; e Marcelle Chagas, coordenadora da Rede de Jornalistas Pretos Pela Diversidade na Comunicação.

Marcelle Chagas

A diversidade é tema sempre presente nos Fóruns de jornalismo do Cecom, devido a sua pertinência, e tivemos mais uma vez a presença de Marcelle Chagas, entre as speakers, uma as principais vozes desse assunto no campo e que luta para trazer mais pluralidade ao jornalismo. Segundo ela, “a diversidade na cobertura e nas redações é essencial para garantir que as notícias e as histórias contadas representem verdadeiramente a pluralidade da sociedade. Quando temos uma equipe diversificada, conseguimos trazer diferentes perspectivas, vivências e contextos, enriquecendo o jornalismo e tornando-o mais inclusivo e justo. O trabalho da Rede JP, nascida em 2018,  tem se mostrado importante nesse quesito, mas ainda temos muito o que avançar”. E fomenta essa temática com uma rede de comunicadores. Inclusive com um curso de inclusão para jornalistas. Além de um congresso internacional.

Bianca Pedrina

Também na linha da diversidade, Bianca Pedrina, do Nós da Periferia, organização que existe há 10 anos e atua predominantemente na periferia e São Paulo abordando as narrativas de mulheres nessa região, e com seis gestoras atualmente, afirmou que “uma redação mais diversa é fundamental para garantir que assuntos que permeiam o debate público sejam debatidos com olhares mais plurais sobre a nossa sociedade”. E na outra ponta, “a garantia de fontes que também comtemplem pessoas diversas, mulheres, negros, LGBTQIA+ que são camadas sociais ainda invisibilizadas em sua potência”. Sobre o evento, disse também que “o Fórum, pautar este tipo de temática, é urgente e necessário para minorar as disparidades ainda existentes no ecossistema de comunicação quando falamos destas parcelas sociais, que, ao meu ver, são as mais impactadas quando falamos de retirada de direitos.”

Lenne Ferreira

Lenne, idealizador do portal Afoitas, sediada na Zona Oeste de Recife (PE), e que é um coletivo de comunicação independente, popular, formada por mulheres pretas e indígenas, jornalistas ou não, colocando elas no centro do debate, e que atua desde 2007, destacando a diversidade no Nordeste. Fazendo um contraponto, segundo Lenne, da mídia tradicional que sempre cobriu predominantemente o Sul e o Sudeste do País. E esqueceu que o Brasil começou no Nordeste. E é uma fonte rica de informação e diversidade.

Lenne, opinou que sua proposta é colocar a mulher negra no centro do debate. Marcelle também falou de sua luta para incluir a diversidade na pauta do jornalismo, inclusive dentro das redações. Bianca trouxe a visão do mercado e dos profissionais, muitas vezes, colocam as mídias de inclusão em caixinhas, em rótulos, e “nos privam dos espaços de poder”, destacando que “o que nós fazemos também é jornalismo e um jornalismo de qualidade”.

Palavra dos apoiadores

 

Larissa Marçal

Larissa Marçal, gerente de comunicação do CIEE, falando sobre a importância da imprensa, avalia a que “O jornalismo sério e responsável tem se mostrado, mais do que nunca, fundamental para o fomento de debates importantes na nossa sociedade. Preservar a sua essência, pautada na investigação e apuração, é fundamental para enfrentar os desafios da atualidade, como a disseminação de fake news, e conquistar novos leitores”.  A respeito da iniciativa do Fórum, complementou dizendo que o” jornalismo vive uma nova revolução frente aos desafios impostos pelas redes sociais e um novo perfil de leitor. Uma vez que isso está constatado é necessário entender quais as oportunidades também foram criadas nesse cenário e o fórum foi responsável por propiciar essa convergência de ideias tão importante e necessária”.

 

Assista aos dois dias de evento, clique nos links:

Dia 20/05:
Dia 21/05:

APOIO:

 

 

 

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