Patricia Alexandre chega ao Sinapro-SP para acelerar processos de Diversidade e Inclusão

A especialista, que já atuou em agências de propaganda e tem grande militância na área de D&I, quer ajudar a melhorar esses processos. Ela também participará do 3ª Fórum Melhor RH de Diversidade e Inclusão, que começa hoje

As discussões e práticas em Diversidade & Inclusão avançam em empresas brasileiras e multinacionais no país. No setor publicitário a conversa teve bons resultados em propagandas mais diversas e menos preconceituosas – muitas vezes de forma inconsciente. Mas é notório, ainda a pouca diversidade e inclusão dentro das agências, principalmente as pequenas e médias, já que as maiores, nitidamente as internacionais, tem departamentos próprios para tratar o tema. Quem chegou para colaborar nesse universo é a Patrícia Alexandre, contratada como diretora executiva do Sinapro-SP (Sindicato as Agência de Propaganda no Estado de São Paulo), com  foco em D&I.

“A Diversidade & Inclusão é uma realidade que não tem volta”, alegra-se Patricia. Entretanto, ela sabe que existem desafios, e esse processo,  já desencadeado, tem bons resultados nas organizações, mas ainda acontece de forma lenta.

Formada em Administração, com pós-graduação em Psicologia Organizacional e Gestão de Pessoas, Patricia Alexandre atuou como Head de RH Generalista em empresas como Kavak, Dentsu Internacional, Ericsson Telecomunicações, DR Marketing Promocional, Tintas MC e Gol Transportes Aéreos. Ela tem experiência de mais de duas décadas como parceira de negócios de Recursos Humanos, inclusive, oito anos no RH de agência de publicidade e propaganda.

“Ainda existem dificuldades corporativas nesse tema porque não existe muita diversidade nas empresas; as vezes pessoas diversas entram nas companhias mas são preteridas em processos de promoção internos”, aponta. “Se não existem pessoas diversas nas empresas, e estamos falando de etnia, LGBT+, PCDs, etc, cometem-se falhas ao discutir a diversidade. Pos não se discute algo que não se entende ou não se vive”.

Dentro do SINAPRO-SP, ela já está trabalhando em parceria com entidades, como o Observatório de Diversidade na Publicidade, formada por pessoas de agências de propaganda e fundada por 27 empresas do setor. “Vamos contribuir om palestras e letramento”, garante.

Nessa sua saga inclui participar como speaker no  3º Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão, que está acontecendo hoje (30/11) e ela participará de um dos painéis, “Alinhando prioridades –Quando é necessário contratar uma consultoria?”

“De maneira geral, no mercado, nas empresas,  não estamos muito avançados, temos um caminho muito longo pela frente. Temos ouvido muito que não basta ser chamado para ir a festa, temos que tirar a pessoa para dançar”, compara.

Como exemplo ela testemunha que as empresas tem alavancado a questão de gênero, tem muito mais mulheres hoje em cargos de confiança…. “mas quando você vai para o recorte de etnia, PCD,.. não vemos isso. A desculpa é que não tem pessoa qualificada para. Mas qual é a oportunidade que nós temos para nos qualificarmos para?” Não falta qualificação, garante a diretora. “Pode não ter uma formação em escola de primeira linha, mas isso não significa falta de capacidade” .Eu, por exemplo, sou uma mulher preta, que sempre paguei meus estudos, sempre estudei em escolas públicas do Estado, até a universidade, que tive que ir para a rede particular”.

Em processos seletivos, ela lembra, o primeiro corte é ter faculdade de primeira linha. “Isso vem mudando. Mas a passos lentos”.  Outro ponto: “Quando você entra numa companhia, logo depois, na questão de promoção, vem a tona também obstáculos  do tipo que você não fala inglês; de e novo por não ter faculdade de primeira linha para o processo de promoção interno… isso está mudando, mas lentamente”.

O  mesmo acontece com a questão de etnia. Patricia relembra ainda que entre uma mulher branca e uma preta, a promovida, em mesmas condições de formação e experiência, quase sempre é a mulher branca. “Precisamos desconstruir o racismo, o preconceito na cabeça das pessoas, ensinar às pessoas que somos todos iguais e podemos ter a mesma competência, independentemente da cor de pele, do gênero, da deficiência física.

O preconceito dentro das campanas já foi maior e isso é um avanço, diz Patricia. “Eu trabalhei numa agencia de propaganda por oito anos e um diretor de criação, em 2018, queria que a cantora que a cantora Iza (Isabela Cristina Correia de Lima Lima) fosse fazer a propaganda do produto e que ela fosse fazer escova no cabelo. Ele queria uma mulher preta com o estereótipo de uma pessoa branca. A artista não aceitou”.

“Quanto mais podemos propiciar às agencias a ajudar no que eles precisam, será muito bom como entidade, e também temos uma responsabilidade social e educacional, não só para o nosso segmento mas par ao país como um todo”


3º Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão é um oferecimento de:

   
 

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