Por João Marcos Rainho
Hoje, 1º de junho, comemoramos o Dia Nacional da Imprensa, instituído por meio da lei nº 9.831, de 13 de setembro de 1808, no governo de Fernando Henrique Cardoso. A data foi uma homenagem ao jornal Correio Braziliense, que começou a circular no Brasil em 1808, exatamente no mesmo dia e mês comemorado hoje, e é considerado o primeiro órgão de imprensa brasileiro, criado por Hipólito da Costa, em Londres — para escapar da apreensão e censura da coroa portuguesa na época colonial, e que era lido clandestinamente por aqui, além de também ser proibido em Portugal.
Nesses tempos de ataque aos jornalistas e a proliferação de fake news, o trabalho dos veículos de comunicação tornou-se ainda mais importante para a sociedade. A imprensa, entre outras atribuições, descobrimos, ajuda a salvar vidas. Prova disso foi a fundamental cobertura profissional com notícias sobre o coronavírus e a importância da vacinação, que ajudou a população a não ser enganada por informações que minimizavam ou até negavam a pandemia.
“Sem imprensa não haveria padrão algum para denunciar fake news, como ficou muito claro durante a pandemia”, confirma Roberta Jansen, repórter especial do Estadão. “Por isso também é tão importante estabelecer as diferenças entre fake news e erros jornalísticos. Quem tenta igualar os dois o faz intencionalmente, com propósitos políticos “, alerta.
Em participação recente no Fórum de Jornalismo Regional e Comunitário da Plataforma Negócios da Comunicação, Eugênio Bucci, professor da USP, ex-presidente da Radiobrás, opinou que “nunca o papel da imprensa esteve tão em xeque como agora e ao mesmo tempo nunca precisamos tanto da imprensa”. Ele lembra ainda que a imprensa é uma invenção recente, do século 18 como instituição, e ganhou corpo no final do século 19, surgindo junto com a democracia. “Ela foi criada para fiscalizar o poder. Sem a imprensa não tem como a democracia funcionar, porque fiscaliza o poder e ajuda o cidadão a questionar e interpelar os governantes. “Não há democracia sem imprensa livre”, reforça.
“O jornalismo é pedra fundamental da democracia”, concorda o jornalista Adalberto Marcondes, diretor executivo do Instituto Envolverde. “É parte do bom ambiente de negócios de uma economia saudável, é fundamental para o processo civilizatório”, complementa. “O fortalecimento da imprensa, seja a mídia tradicional ou o novo ecossistema digital de mídia, oferece para a sociedade contexto para a tomada de decisões políticas, econômicas e pessoais”, avalia Marcondes.