Acompanhar as tendências e os novos recursos que aparecem constantemente nas redes sociais é um dos grandes desafios para os criadores de conteúdo.
Conquistar relevância no segmento demanda a capacidade de oferecer um conteúdo atrativo e explorar os principais recursos e novas ferramentas disponíveis da plataforma.
Para o influenciador digital Valter Rege, conhecer as principais tendências das redes é um diferencial para o criador de conteúdo que quer se destacar. “É extremamente importante se encaixar, porque os algoritmos só entregam o conteúdo que está sendo proposto pelos aplicativos”, afirma.
A tendência dos vídeos curtos exigiu a movimentação dos criadores, já que segundo o relatório TikTok For Business, a plataforma atingiu 1 bilhão de usuários ativos por mês em 2021. “A minha grande dificuldade foi me render aos vídeos curtos e ao formato vertical, pois sou formado em Rádio e TV e venho de uma geração que foi ensinada a gravar tudo na horizontal. O Youtube era o sonho de qualquer blogueiro. Quando o Instagram começou a possibilitar a entrega de vídeos curtos na vertical senti uma dificuldade enorme para me adaptar”, completa Rege.
O objetivo, segundo Rege, é sempre que possível incluir na abordagem do conteúdo aquilo que está em alta nas plataformas. “Vibrei quando a produção de vídeo começou a pipocar nas plataformas. Entretanto, se adaptar aos novos recursos é sempre muito complicado, pois nos sentimos confortáveis com o que já dominamos, e as transições são sempre difíceis”, relata.
A influenciadora digital Alice Campos diz que adaptar o conteúdo demanda tempo, o que pode ser uma desvantagem. “O tempo empregado no estudo da nova abordagem deve ser levado em consideração. Outro aspecto é que você precisa sair da sua zona de conforto e talvez fazer algo que mostre muito menos do que você gostaria de mostrar para se enquadrar em um padrão que seja mais eficaz”, aponta.
Engajamento
Quando as tendências surgem, o engajamento do formato de produção que os criadores estão acostumados começa a cair. “É preciso estar sempre atento para se adaptar”, afirma Rege.
De acordo com o influenciador, as mentorias ajudam muito na hora de se alinhar às novas tendências. “Geralmente os próprios aplicativos avisam sobre as mudanças através de e-mails ou mentorias. Também já participei de Workshops importantes com a equipe do TikTok e do Youtube, pois faço parte do ‘Fundo Vozes Negras 2022’, em que recebemos mentorias para sempre estarmos alinhados as novas tendências”, detalha.
Alice acredita que não seguir tendências atrapalha o engajamento. “Estar de fora limita o alcance de novas pessoas para seu perfil. Sem contar que as próprias plataformas promovem as novas ferramentas, para incentivar o uso dos lançamentos pelos criadores”, afirma.
Segundo Guilherme Pierri, Co-CEO e Fundador do Digital Favela, conquistar o público é importante pois os números são o posicionamento do influenciador perante as marcas e o mercado, e isso vai muito além da quantidade de seguidores.
“O engajamento com sua base, afinidade com o assunto, localização, perfil da audiência e muitas outras variáveis, são alguns dos recortes que as marcas devem cruzar para que tenham uma boa repercussão nas campanhas que envolvam influência”, afirma.
Criador camaleão
Ser um criador capaz de produzir conteúdo em diferentes formatos e mudar a fórmula quando necessário também é vantajoso para firmar parcerias com as marcas.
Para Fátima Pissarra, CEO da Mynd, os influenciadores digitais são um meio de comunicação. “As mídias digitais só crescem, então não adianta uma marca querer se comunicar com vários públicos sem estar nas redes sociais e sem falar com os influenciadores. Eles são os novos porta-vozes e canais de comunicação da marca. Para falar com toda a audiência que ela precisa impactar, ela precisa estar nas redes sociais e, nesse local, a comunicação vai acontecer através dos influenciadores”, afirma.
Vantagem para as marcas
O criador que possui as tendências no radar consegue conquistar maior audiência, e nas mídias digitais, a especialista afirma que a marca precisa se adequar à comunicação do criador. “Nas mídias digitais, por ser um ambiente mais pessoal, com uma pessoa por trás, a empresa precisa se integrar dentro do discurso do influenciador, que sabe como falar com seus seguidores”, explica.
“A linguagem precisa ser adaptada a ele e a forma de comunicar o produto deve ser definida por ele para que seja mais assertiva e chegue a mais pessoas que o seguem, que é quem a marca quer atingir”, completa.
Seguir tendências auxilia na hora de conquistar o público, mas Guilherme Pierri afirma que a voz que transmite a informação também importa.
“O mercado de influência é o segmento que mais ascende nas frentes de comunicação das marcas e, exatamente por isso, que os influenciadores são os principais protagonistas desse cenário. Nas favelas, por exemplo, 88% dos moradores declaram que confiam mais em dicas de produtos feitas por um influenciador da própria comunidade do que em um influenciar famoso, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva. Desta forma, percebemos não só a força de engajamento para as marcas e campanhas, mas também o poder da representatividade”, explica