Este ano de 2018 promete ser decisivo para a solidificação da publicidade digital no Brasil. Na contramão da crise econômica, o setor tem se desenvolvido e ganha investimentos dos principais players do mercado de comunicação.
Os aportes em marketing digital no país devem crescer 12% ao ano até 2021, de acordo com a 18ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2017-2021, realizada pela PwC. O alcance e a resposta rápida para investimento atraíram agências, veículos e marcas para o universo digital, fenômeno causado pela mudança de comportamento das pessoas no ambiente online.
Com cada vez mais usuários conectados, os meios de comunicação precisaram se adaptar para alcançar sua audiência. Dispositivos móveis ficarão com uma generosa fatia da publicidade digital, em 2020, quando 29% das propagandas serão veiculadas por meio dos aparelhos.
De acordo com Fernando Saliba, sócio-diretor do Grupo Printer de Comunicação, há planos de expansão “porque o mercado, cada vez mais, exige a presença das marcas nas plataformas digitais”, afirma.
Junto com o conteúdo de marcas, esse segmento se fortalece dentro do setor. “Entendemos que os clientes começam a compreender melhor o quanto podem se beneficiar de um trabalho sério nestas duas frentes. Há três anos temos investido na capacitação da nossa equipe, bem como na conscientização dos clientes para a adoção de um planejamento estratégico nestas áreas”, analisa Laís Guarizzi, da G&A Comunicação.
Nesse ambiente, o papel das agências é como o de um guia que aponta aos anunciantes questões estratégicas e operacionais na comunicação digital. Mesmo sendo prática, a gestão de comunicação no ambiente online também é complexa e exige atenção redobrada para que as estratégias tenham sucesso.
Potencial para crescer
Monitoramento de redes sociais, ações em plataformas online, branded content, gestão de canais de relacionamento, analytics e diversas experiências acontecem no ambiente digital, o que leva ao movimento instintivo das empresas em sua direção. O resultado? Crescimento das equipes, maior retorno sob investimento e de alcance online.
“Alguns setores estão no centro da transformação de seus negócios. Sem dúvida, o setor de mídia vive esse momento de disruptura e criação de um novo formato digital”, avalia Angélica Consiglio, CEO da Planin Comunicação.
Entre os entrevistados, o segmento digital representa entre 10% e 25% do faturamento das agências, e a perspectiva é de que esse número cresça e supere campeões tradicionais, como a assessoria de imprensa. A atuação online se fez vigorosa, inclusive, pela necessidade de criar alternativas aos problemas decorrentes da crise econômica que tem afetado o país nos últimos anos.
“Diversificamos nosso portfólio, criando soluções customizadas para atender demandas de comunicação que até então os clientes faziam internamente, sobretudo nas áreas de conteúdo e digital. Com isso, conseguimos sofrer menos com a oscilação econômica, já que não dependemos apenas de um tipo de serviço”, revela Lucila Lopes, da Virta Comunicação.
Seguindo o mesmo passo, a Vianews Hotwire irá investir no desenvolvimento de uma nova linha de mídias digitais. “Esperamos continuar a expansão nos segmentos de tecnologia, finanças, energia e educação. Além disso, ampliar nossa presença como opção para marcas que desejam atingir mercados da América Latina, EUA e Europa”, adianta o executivo Pedro Cadina.
Os aprendizados de agências e marcas são contínuos conforme o segmento digital se desenvolve e traz novas ferramentas para aprimorar as estratégias de comunicação. Com a aposta alta dos principais players do mercado, a tendência é que o digital se torne o habitat natural da comunicação e sua principal fonte de receita.