Da grande mídia para sócia de agência

Cláudia Vassallo foi jornalista por mais de 20 anos de um dos principais veículos de comunicação do país e seu lado empreendedor falou mais alto e, junto com o sócio, fundou a Nova PR

Na última edição da Newsletter da Negócios da Comunicação, vimos a visão de um especialista em empreendedorismo sobre como jornalistas podem enfrentar os desafios de montar uma empresa. Agora, vamos conhecer um pouco o outro lado em entrevista exclusiva com Cláudia Vassallo, que foi jornalista por mais de 20 anos e resolveu mudar um pouco de ares.

Como foi a decisão de sair do mundo das redações e depois das agências para montar a sua própria?
Fiquei por quase 23 anos na Editora Abril, onde comecei como estagiária e cheguei a publisher das publicações de negócios e tecnologia. Foi um período incrível da minha vida, durante o qual pude fazer o que mais me dá satisfação como profissional: participar do desenvolvimento de novos projetos. Durante o tempo em que passei na Abril, eu e minha equipe lançamos novas revistas, edições especiais, sites, eventos. Além disso, eu sempre adorei o jornalismo e tinha um tremendo orgulho por ser jornalista. Por isso mesmo, mudar não foi fácil.

Mas as circunstâncias me levaram a dar um outro rumo à minha carreira. Cobri empresas durantes anos, cultivei um número muito grande de fontes nesse período, vi, de muito perto, as questões que afetam o mundo dos negócios. Mudar para o setor de comunicação empresarial era um movimento, até certo ponto, natural. Era também uma oportunidade de aprender coisas novas, exercitar outras competências. Depois de mais de dois anos liderando uma grande agência, decidi que era hora de empreender. Como disse antes, gosto de tirar projetos do papel. A Nova PR era só um projeto. Foi preciso criar a empresa do zero, juntamente com o Tiago Lethbridge, que é meu sócio.

Como é a transformação ao gerir a própria empresa?
Essa, sinceramente, nunca foi uma grande questão. No jornalismo, liderei equipes por muito tempo. Na posição de publisher, tinha responsabilidades editoriais e comerciais. Meu time contava com mais de 100 profissionais, entre jornalistas, publicitários, especialistas em marketing e administrativos. Gerir nunca foi um sacrifício para mim. Sempre encarei como parte desse movimento de construção.

Como toda sua experiência no mercado corporativo e redações agregou ao abrir uma agência?
Exame meu deu a oportunidade de conversar com uma infinidade de empresários, executivos, empreendedores dos mais variados setores. Aprendi muito com essas pessoas. E fiz muito relacionamento. Assim como na relação entre jornalista e fonte, a convivência entre uma agência e seus clientes depende, acima de tudo, de confiança. Confiança na capacidade dos profissionais de entender a estratégia, ler cenários de forma correta, escolher a forma mais eficiente de comunicar.

Quais são os principais desafios que você enfrente hoje em dia?
A Nova posiciona-se no mercado como uma butique. Temos uma equipe muito competente de profissionais conosco, mas os sócios – eu e o Tiago — estamos à frente de todas as contas. Isso exige muito foco, energia e um conhecimento profundo dos negócios e das estratégias dos clientes. Além disso, essa é uma atividade de múltiplos stakeholders: clientes, jornalistas, formadores de opinião. O tempo todo é preciso tentar conciliar interesses diferentes.

E quais são as coisas que você acha mais interessante em ser um empreendedor?
Ver algo que não existia, até pouco tempo atrás, gerar ideias, produzir resultados, reunir talentos. É muito estimulante ver a empresa e os profissionais crescerem juntos. Os resultados do trabalho são muito tangíveis.

Você acredita que qualquer profissional possa ser um empreendedor?
Sinceramente, não. Conheço pessoas brilhantes que gostam de ter chefe, que preferem a “segurança” do salário caindo na conta no final do mês. Essas pessoas não seriam felizes sendo empreendedores.

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