Quais são as oportunidades do marketing de influência?
Nossas expectativas para 2017 são muito boas. Infelizmente, o país não passa por um momento espetacular e os anunciantes buscam alternativas diferentes das tradicionais para fazer seus negócios. E o marketing de influência tornou-se uma grande saída para que eles tenham a mesma performance que tinham antes, mas com menos verba.
Quais são os desafios no trabalho com influenciadores?
Ainda não é fácil trabalhar e empresas como a nossa ajudam o anunciante a ter mais segurança, porque é um mercado em formação, os principais players são muito novos e passam pelas situações e angústias por que qualquer jovem passa. Em reuniões com profissionais mais velhos, conversamos muito sobre como o youtuber, hoje, é o equivalente ao jogador de futebol dos anos 80, e a youtuber é como a Miss Brasil — até mesmo pelos pais que depositam grande expectativa em suas carreiras. Esses jovens têm um faturamento de gente grande, porque têm uma audiência enorme e assídua, que consome o que eles consomem e acompanha a rotina deles.
Como é a solução que a TubeLab oferece para ao mercado?
Temos uma plataforma de leitura de informação e geolocalização, faixa etária e poder econômico. Isso é a primeira peneira para entender onde estão os influenciadores e seus perfis. Depois, temos a equipe da Pegada Digital, na qual é feita uma análise do momento e do passado do ID. O principal é saber se ele já se envolveu em algum escândalo e se fez/faz coisas para a concorrente do cliente — isso é feito apenas para a avaliação do cliente, ele vai decidir a partir disso se escolher ou não o ID.
Então, a Pegada Digital faz uma análise pessoal, usando a relação que temos com cada um deles para dizer se aquele é um influenciador que entrega bem, se é parceiro, sabe lidar com o cliente — porque tem anunciante que não sabe como precificar um post, a produção de um vídeo… Então sempre tentamos trabalhar com um ID que entende como trabalhar com um cliente.
A Pegada Digital faz uma análise pessoal, usando a relação de cada perfil para dizer se é um influenciador que entrega bem, se é parceiro, sabe lidar com o cliente
Ter exclusividade com um influenciador ainda é um diferencial de mercado?
Quando éramos o braço da agência, fazíamos apenas o planejamento. Depois passamos a gerenciar carreiras, tínhamos um número de nomes com exclusividade, mas hoje você tem muitos nichos e o anunciante quer nomes muito adequados à necessidade deles, então nem sempre o nome que tem 5 milhões, 10 milhões de seguidores funciona ou está adequado à verba do anunciante. Então, você tem um cara representado, um jovem que precisa faturar, mas não está no target do seu cliente, então decidimos aumentar nosso planejamento e inteligência e, ao passo, diminuir nosso casting exclusivo. A ideia é trabalhar com qualquer nome do mercado que o nosso cliente precisa contratar. Dessa maneira, conseguimos entregar o melhor nome para a campanha, sem ficar forçando a barra, porque quando você trabalha com um canal, é natural fazer um esforço para vender.
O influenciador se enxerga como um jovem empreendedor, uma pessoa bem-sucedida e quer passar por todas as etapas e não quer ficar preso a um agente
Como tem sido estruturada a dinâmica da relação entre influenciador digital, agência e clientes?
O influenciador se enxerga como um jovem empreendedor, uma pessoa bem-sucedida e quer passar por todas as etapas e não quer ficar preso a um agente. É uma bobagem e, desde o princípio, começamos a entender isso. E, também, você acaba sendo cobrado por eles e não é o que queremos. A nossa intenção é estar do lado da mesa do cliente, não do influenciador. Hoje conversamos com muitos nomes no mercado, entre 550 e 600 influenciadores. E é uma conversa direta, o que garante a qualidade da entrega e um custo agressivo, já que não tem muitas pessoas palpitando. Assim a entrega fica mais saudável e, se for necessário, a gente produz o roteiro diretamente com a linguagem do influenciador. É importante estabelecer essa nova relação com o influenciador. Porque eles passam a ter relação com outras produtoras e a gente vai se respeitando. Eles são um veículo também, não tem que negar anunciante porque tem uma relação com um ou com outro. É só criar uma estratégia, um bom roteiro, uma boa entrega que vai conseguir anunciar.