Com o intuito de promover sinergia e bons negócios, a revista Negócios da Comunicação reuniu no dia 3 julho gestores de comunicação e plataformas para discutir caminhos e boas práticas nas relações com influenciadores digitais. O II Influent Minds – Fórum de Negócios Digitais apresentou quatro painéis voltados aos profissionais da internet e os interessados nas possibilidades desta nova de comunicação.
Marcas como Bayer, Heineken e Samsung enviaram seus representantes para apresentar as principais campanhas e ações que as marcas têm estabelecido com IDs – assim como seus resultados – no painel “O que as marcas esperam dos influenciadores?”. Priorizando o engajamento com público direcionado e qualificado, os gestores apontam para o peso da qualidade, e não só volume de likes e inscritos, na hora de direcionar suas estratégias. “Percebemos a paixão das mulheres, especialmente pelas receitas feitas por influenciadoras digitais, utilizando Bepantol Baby e criamos linhas específicas para os fins estéticos que elas procuravam, como protetor labial, creme para pele, entre outros produtos”, conta Paulo Pereira, Diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Bayer no Brasil.
Paulo Pereira, Diretor de Comunicação Corporativa do Grupo Bayer no Brasil, durante debate.
Cássia Alves, líder de Community Management da Edelman Significa, reforça essa percepção e proximidade que os IDs tem com seu público trazendo os reais interesses do mercado – e o Brasil tem grande notoriedade nisso. “Dos cem influenciadores mais famosos do mundo, 24 são brasileiros. E dos cinco youtubers mais populares, 3 são brasileiros”, sinaliza.
Por ser um mercado novo – mas que ao mesmo tempo que amadurece com grande velocidade – a necessidade de parâmetros tem estimulado a criação de métricas para investimentos. Para isso, o painel “ROI: como mensurar o retorno de um influenciador?” contou com a participação de executivos das plataformas Celebryts e Aistrip, e das agências Heads e do Grupo Printer de Comunicação. Com mediação de Jorge Geras, da OWL Communication Group, o participantes apresentaram algoritmos e metodologias para orientar marcas e influenciadores sobre valores de campanhas ou a escolha de um ID ideal.
Palestrantes do painel “ROI: como mensurar o retorno de um influenciador?
E esse foi justamente o tema do painel subsequente, “A escolha ideal: quais fatores considerar ao selecionar um ID para sua marca”. Com Vinicius Fiori, gerente de Comunicação e Relações Públicas da Huawei, como moderador, Angelica Consiglio, CEO da Planin Comunicação, iniciou o painelfalando sobre as ações de marketing, que hoje em dia sempre devem considerar o digital. Para isso, ela ressalta a importância de um bom planejamento: “Na agência nós desenvolvemos um Mapa ID, uma ferramenta que mede quem está falando sobre determinado tema. É importante que as marcas façam esse mapeamento”. Segundo ela, as campanhas de publicidade normalmente priorizam os Influenciadores “globais”, ou seja, de grande alcance, enquanto as campanhas de PR priorizam os microinfluenciadores.
Everton Schultz, vice-Presidente Executivo da Weber Shandwick trouxe uma reflexão sobre a origem dos influenciadores, expondo que a influência sempre existiu, desde os tempos do antigo Egito, o que mudou ao longo dos anos foi a forma de se comunicar e influenciar. “Os fatores mais importantes para o sucesso dessa conversa são entender a audiência, estudar a autoridade, o engajamento e o alcance que deseja-se ao decorrer das campanhas”, ressaltou.
Leila Gasparindo, sócia-fundadora da Trama Comunicação, apresentou uma pesquisa realizada pela agência, com 55 Influenciadores (entre macro, médios e microinfluenciadores), que mostrou o quanto eles se sentem valorizados pelas marcas. Já Fábio Utumi, sócio-fundador da IQ Agenciamento compartilhou um pouco da dinâmica e objetivo da empresa perante as marcas e influenciadores.
“O objetivo da agência é conectar marcas com influenciadores e suas audiências, ajudar a prolongar relações entre eles mostrando que as mesmas são verdadeiras e transformar as campanhas em experiências para a vida”, complementou.
Executivos debatem durante o painel “A escolha ideal: quais fatores considerar ao selecionar um ID para sua marca”
O último painel teve como tema “Comunicação e marketing: porque apostar em um microinfluenciador dentro da sua estratégia”. Akiko Nishimoto, Líder de Digital, Branding e Advertising da GE América Latina nos contou um pouco da trajetória da GE, as transformações das campanhas e a relação com os influenciadores. “Os primeiros influenciadores a serem selecionados pela GE foram os atletas olímpicos da canoagem. Toda a campanha das Olímpiadas Rio 2016 foi online, contando com muitos artifícios para conectar o público, os influenciadores e a GE”, recorda.
André Mascarenhas, Diretor de Operações da Ricardo Viveiros & Associados, trouxe ao painel uma comparação entre produtos e microinfluenciadores, para ilustrar a posição dos mesmos diante das marcas: aA agência auxilia os microinfluenciadores a entenderem sua posição no mercado e a importância de trabalhar com um bom conteúdo para um melhor engajamento. Já Carlos Tristan, co-fundador da Squid, apresentou o trabalho da plataforma com os micro IDs e apontou que a Squid defini-os como as pessoas com até 100 mil seguidores, que sejam experts no assunto ou segmento da marca e que possuem audiência muito engajada.
Por fim, Fernanda Dantas, diretora-executiva de Digital da CDN Comunicação, falou sobre a importância desses agentes. “O engajamento do microinfluenciador pode ser até 60% maior do que dos grandes Influenciadores.” Para exemplificar, ela perfis com milhões de seguidores cujos comentários não se referem diretamente ao tema do post, e de perfis pequenos com grande engajamento real. “Uma pesquisa da Takumi, que mostra que Influenciadores com até mil seguidores geram cinco vezes mais engajamento do que perfis com mais de 100 mil seguidores”, diz.
“Comunicação e marketing: porque apostar em um microinfluenciador dentro da sua estratégia” encerrou a série de palestras do dia.
Confira todos os painéis na íntegra nos vídeos a seguir: