O Dia da Comunicação Corporativa é comemorado em 8 de outubro, data escolhida por ser o marco da fundação da Aberje, em 1967 – e que está fazendo 58 anos. A entidade desempenhou e desempenha um papel significativo na promoção do setor e na valorização dos profissionais que atuam na área. Na época, a Aberje se chamava Associação Brasileira dos Editores de Jornais e Revistas de Empresas. Hoje, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. Essa mudança já é significativa nos objetivos mais amplos da entidade e reflete a evolução do setor.
A comunicação das empresas tem raízes na Revolução Industrial e um dos pioneiros nesse campo foi Ivy Lee, considerado o “pai das Relações Públicas”, o qual, em 1906, trocou o jornalismo pela fundação da primeira agência de Relações Públicas do mundo, em Nova York (EUA). Ele se destacou pela defesa de reputação de empresários que estavam com problemas na chamada opinião pública. Lee faleceu em 1935, quando dirigia o Departamento de Relações Públicas da Chrysler.
No Brasil
A história da comunicação organizacional no Brasil começou nos anos 1950, com duas vertentes: a comunicação pública, iniciada no governo Getúlio Vargas, inspirada no que já acontecia em outros países; e, no campo empresarial, depois, no governo Juscelino Kubitschek, com agências americanas de propaganda instaladas no País, que já utilizavam técnicas de relações públicas em seus locais de origem.
Nos anos 80, a comunicação empresarial começa a crescer e se consolidar no Brasil. Muitas empresas, predominantemente multinacionais, que já utilizavam a técnica em suas matrizes, montaram departamentos especializados em suas filiais brasileiras, impulsionando o setor e sendo imitadas por organizações brasileiras, entidades de classe e governos. Surgem também dezenas e depois centenas de agências de comunicação para prestar serviços de assessoria de imprensa e edição de jornais e revistas corporativos. Um dos pioneiros foi Rolim Valença, que em 1960 fundou a primeira agência de RP no país, a AAB. Outros nomes que se seguiram foram Vera Giangrande — a primeira ombudman do Brasil, no Grupo Pão de Açúcar — e Antonio De Salvo (e sua ADS). Todos já falecidos.
A Pirelli foi uma das empresas pioneiras, e a Revista Pirelli marcou época no final dos anos 80 e início dos 90, com uma revista de alta qualidade, voltada para públicos interno e externo, com artigos assinados por renomados jornalistas brasileiros. Não foi por acaso que a Aberje foi fundada justamente por Nilo Luchetti, chefe de Relações Sociais da empresa e editor da revista interna Notícias Pirelli.
A Aberje atraiu como associadas diversas empresas que atuavam, principalmente, com comunicação interna, e, algum tempo depois, com a consolidação da comunicação integrada, o escopo da entidade incluiu também a comunicação externa. A entidade se modernizou, ampliou os associados, criou premiações. O logotipo, até hoje em voga, foi criado gratuitamente nos anos 80 por Sérgio Brito, na época dirigente da Rascunho Comunicação Empresarial, e uma das principais agências de jornais e revistas corporativas do país. Antes da Rascunho, com os mesmos objetivos existiu a Proal, de Manuel Chaparro e Gaudêncio Torquato. Ambos seguiram, depois, carreira acadêmica como professores da USP.
A partir dos anos 1990, a comunicação empresarial se consolidou como estratégica, crescendo com as mídias digitais e se tornando fundamental para o diálogo da empresa com seus públicos.
A Aberje, com mais de 1.000 empresas associadas, está presente em diversas partes do Brasil a partir dos seus Capítulos Regionais e também possui forte representação em instituições internacionais, posicionando-se como um think tank da Comunicação Empresarial Brasileira. Paulo Nassar é o diretor-presidente e Hamilton dos Santos, diretor-executivo.
Outra entidade do setor é a Abracom – Associação Brasileira de Agências de Comunicação. Estima-se a existência hoje de 8 mil profissionais em agências espalhadas por todo o Brasil. Em 2022, as agências brasileiras faturaram R$ 4,9 bilhões, segundo a Abracom.
