Por causa da pandemia do coronavírus, que obrigou a população a adotar o isolamento social ou quarentena, um dos setores mais movimentados da economia sofreu um grande prejuízo. De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) a estimativa é de que o setor perca até 80 bilhões de reais até o fim de maio, somando eventos suspensos, despesas das empresas e congelamento de agendas oficiais.
Não há a confirmação de feiras, congressos ou mais para acontecer ainda em 2020 no Brasil – que teve o Lollapalooza, a Parada do Orgulho LGBTQIA+ e os campeonatos de futebol cancelados no início da pandemia. Grandes eventos, como as Olimpíadas de Tóquio, a Oktoberfest, na Alemanha, e o festival Coachella, nos Estados Unidos, também foram suspensos e podem ser retomados a partir do próximo ano. Nas redes sociais, prontamente as lives se tornaram um novo atrativo para artistas, que se apresentam com o patrocínio de marcas e aproveitam para conseguir doações do público para o combate ao coronavírus.
Porém, alguns artistas tiveram suas lives derrubadas no YouTube, uma das plataformas mais acessadas durante a quarentena, por quebraram uma série de regras com relação a anúncios, consumo de bebidas alcoólicas e ações de publicidade. Sendo assim, alternativas surgiram para a demanda crescente pelas apresentações ao vivo na internet.
Alternativas
A Central dos Eventos desenvolveu uma plataforma voltada para a realização de lives com estrutura para shows, peças de teatros, workshops e outras atividades que podem ser feitas no formato de streaming em tempo real.
“Não temos aquelas regrinhas do YouTube, que podem atrapalhar e até derrubar a live. Além disso, existe a possibilidade de o produtor gerar receita, cobrando pelo acesso à live, ou se quiser, pode deixar liberado mesmo. Isso é excelente e é uma solução para vários segmentos dentro do setor de eventos”, explica Julio Ramos, um dos sócios da Central. Ainda de acordo com Ramos, a plataforma fica com 20% da receita do artista na live – que pode incluir a cobrança de ingressos para quem quiser acompanhar.
Phillipe Xavier, que também é sócio da empresa, explica que o projeto tem como objetivo continuar existindo mesmo após o fim da pandemia. “O legado vai ficar e o mercado deve mudar, e muito, após tudo isso. Se hoje a pessoa vai pagar para assistir ao show, curso, ou congresso, que são exclusivamente on-line, após tudo isso, as mesmas iniciativas presenciais realizadas em todo o mundo poderão ser assistidas no conforto das nossas casas”, comenta.