A assessoria de imprensa sempre foi a principal base de operação de comunicação corporativa dentro das agências de relações públicas. Mas a era dos releases pode estar chegando ao fim, uma vez que a maneira como a informação é consumida e divulgada tem se transformado constantemente.
Os casos de marcas envolvidas em escândalos e o aumento da necessidade de equipes especializadas em gerenciamento de crise geraram uma nova demanda dentro das empresas: construir, manter e sempre melhorar a reputação junto ao público. Nas redes sociais, esse trabalho é feito, a princípio, com a moderação de comentários.
O engajamento nas respostas, as boas resoluções em pequenos conflitos e a interação com quem comenta são pontos essenciais para a sobrevivência de uma marca online e offline. Por isso, os assessores passaram a ter novas funções, envolvendo não apenas a manutenção da imagem, mas também o relacionamento com o público.
A fase da nova comunicação tem como premissa entender a necessidade do consumidor final e, antes mesmo que ele peça, entregar aquilo de que precisa. Estas e outras mudanças transformaram a maneira como as agências de relações públicas trabalham com seus clientes. A ordem agora é integrar.
Edson Porto, da Ideal H+K Strategies, afirma que a oferta da agência é “agnóstica de mídia”, por isso obtém receitas híbridas. E apesar de considerar o atendimento aos jornalistas parte relevante da comunicação, afirma a posição da empresa: “Tanto faz para nós se o cliente quer trabalhar com earned, owned, paid ou shared media; nós entregamos sempre soluções que sejam as mais estratégicas para o objetivo de negócios dele”.
Apesar das mudanças, a assessoria de imprensa segue como uma das principais fontes de renda das agências atualmente. Mas é questão de tempo para que os investimentos em digital e conteúdo de marcas cresçam e tragam resultados iguais ou superiores.
Para Karina Barcellos, managing partner da SMARTPR, 2018 traz uma renovação ao mercado, motivada principalmente pelo crescimento natural do conteúdo digital. Ela revela que esta área teve mais crescimento no ano passado. “Fizemos um bom investimento em equipe, e com isso conquistamos projetos de clientes que só faziam assessoria de imprensa e também novos clientes”, revela.
O momento de disruptura na comunicação corporativa é também de oportunidades para que as agências e marcas possam se renovar e abrir espaço para mais criatividade e abordagens focadas nos consumidores, não apenas em produtos.