Qual a cara do PR brasileiro?

Já é lugar comum falar que a forma de se comunicar e consumir conteúdo, marcas e produtos mudou

Já é lugar comum falar que a forma de se comunicar e consumir conteúdo, marcas e produtos mudou. Os tempos são outros, de fato. Tempo de conexão 24/7, de interatividade, personalização e de influenciadores digitais. Mas muito se engana quem pensa que, com tantas vozes atuantes na comunicação, é possível deixar que o peso da construção dos valores e imagem de uma empresa seja relegado a seus clientes e consumidores.
Mais do que nunca, o papel do relações públicas se torna estratégico e, fundamentalmente, multidisciplinar, para alcançar um discurso exitoso. Para entender os percalços desse mercado e, claro, as valiosas oportunidades de bons negócios, a revista Negócios da Comunicação promoveu uma pesquisa exclusiva com cerca de quarenta agências de PR, as mais relevantes do país. Nas próximas páginas, você confere suas avaliações sobre o momento econômico e como isso tem impactado seus clientes, os principais focos de investimentos e os diferenciais necessários para se tornar um rosto com credibilidade nesse disputado mercado, que tem se mostrado ainda mais desafiador nos últimos dois anos.
Especialistas apontam que a crise econômica vivida atualmente no país tem formato em U ­— ao contrário das outras em formato em V. O que significa que a retomada do crescimento econômico será um pouco mais lenta que o habitual. A retração do mercado teve impacto em todos os setores e, tradicionalmente, a área de comunicação no Brasil costuma ser uma das primeiras a sofrer cortes de orçamento. Rodrigo Pinotti, managing director da Jeffrey Group, confirma a análise. “Historicamente, sempre que há uma forte crise, as atividades de comunicação são diretamente impactadas. Não que elas deixem de ser executadas, pelo contrário: pela nossa experiência, o volume de trabalho até aumenta, mas é realizado com pressão ainda maior. Todos querem resultados imediatos”, diz. A sócia-fundadora e diretora executiva da Trama Comunicação, Leila Gasparindo, traz um lado positivo para a análise: por causa da situação econômica, muitas empresas começaram a reduzir equipes internas e passaram a terceirizar serviços. “Isso foi positivo para nossa agência. Em muitos clientes o escopo de trabalho foi sensivelmente ampliado, e incluímos novos serviços, como inbound ­marketing, marketing de conteúdo, relacionamento com influenciadores e até design”, conta a executiva.
Entrega
É nesse momento que uma agência robusta, com profissionais experientes e qualificados faz toda a diferença para o cliente. Entre as entrevistadas que puderam responder qual foi a porcentagem de crescimento, a maioria fechou o ano acima dos 5% em relação a 2015. Apenas duas tiveram retração no faturamento, mas ainda assim mantiveram lucratividade e margem das operações. A Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação aumentou o faturamento em 47,85% em relação ao ano de 2015. “Em alguns casos, nossos clientes geraram novos contratos, ampliando a aquisição de outros serviços”, conta o presidente Ricardo Viveiros.
Já o MZ Group, apesar de ter fechado o ano de 2016 com um faturamento 10% menor do que o de 2015, consolidou-se como a quinta maior agência de comunicação corporativa do Brasil. “Iniciamos em 2016 um amplo movimento de tornar o nosso negócio de PR mais digital. A contratação de novos profissionais e o treinamento e a capacitação dos atuais, dentro desse drive de tecnologia e inovação, foram fundamentais para a construção de uma nova e mais conectada empresa”, explica Samuel Leite, head de Digital e Comunicação.

Na retração econômica, agências qualificadas fazem a diferença, tanto que a maioria das entrevistadas cresceu acima dos 5% em 2016

Para a Fundamento Comunicação, 2016 foi um ano de focar mais em rentabilidade do que em crescimento. “Para isso, mantivemos nossa estratégia – adotada já há alguns anos – de diversificar o portfólio e agregar serviços diferenciados, de maior valor agregado. O resultado foi um ano enxuto, mas produtivo e rentável. Além de investir numa nova sede, lançamos dois produtos bastante diferenciados; um para o mercado B2B e outro para B2C”, explica Marta Dourado, sócia-fundadora da agência.
Em alguns casos, como no da Analítica Comunicação, saber fazer a lição de casa bem feita é essencial para manter clientes e colaboradores satisfeitos. “Mudamos de sede, ampliando o espaço para o atendimento e conforto dos funcionários e clientes. Investimos em tecnologia, infraestrutura e novos profissionais. Isso garantiu a conquista de novos clientes relevantes e a manutenção da carteira de clientes existentes, mesmo em período de crise”, explicam Luis Henrique Amaral e Erica Benute, sócios da agência. A Analítica conseguiu um faturamento na casa dos 30% em relação ao ano de 2015, mantendo-se forte no mercado.
Para a Scritta, a crise começou em 2014, o que possibilitou que eles estivessem preparados. “Como fomos impactados antes, aproveitei e remodelei a agência em 2015. Assim, 2016 foi um ano maravilhoso para nós. Antes, éramos uma agência só de assessoria, hoje expandimos para produção de conteúdo e mídias sociais”, conta Paulo Piratininga, diretor da agência.
Com o corte nos orçamentos, as agências acabaram tendo uma redução no faturamento devido a reajustes de contratos, em vista de manter seus clientes. Como aponta, Lais Guarizzi, sócia-presidente da G&A Comunicação Corporativa. “Os fees tendem a ser extremamente negociados, o que gera um declínio dos valores. Em alguns casos, optamos por abrir mão de concorrências que julgamos que poderiam comprometer a qualidade da entrega”, diz.
Claudia Rondon, sócia-presidente da RP1 Comunicação, pondera sobre o cenário. “Mesmo oferecendo muitos desafios, o ano acabou fechando dentro de nossas expectativas, com crescimento sustentado e muito próximo de nossa projeção”, conta.
No caso do Grupo Informe, com clientes do setor público, foi possível otimizar custos e investimentos e aumentar receitas de alguns contratos. “Houve perda de cliente, contudo foi um movimento suportado pela reengenharia administrativa em centros de custo”, diz Vitor Fortes, diretor administrativo-financeiro do grupo.
Já para o Grupo CDI, o ano de 2016 foi de crescimento do número de clientes que estavam em situação de crise. “Além disso, aumentamos o número de jobs em clientes antigos, conquistamos novos clientes e a área de mídias sociais também cresceu muito”, diz Salvador Silva, fundador e presidente.
Para ler a matéria de capa na íntegra, acesse Versatilidade para Crescer e Qualidade Nacional!

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