Uma empresa de notícias para todos os brasileiros

A Empresa Brasileira de Notícias (EBN), que mais tarde se tornou a Agência Brasil, foi criada em 1979, há exatos 46 anos, em 23 de maio. E a Agência Brasil completou 35 anos

A criação de uma agência de notícias do governo ou pública controlada pelo governo tem uma saga desde a Era Vargas. A atual Agência Brasil, foi fundada em 23 de maio de 1979 e depois transformada em Empresa Brasileira de Notícias (EBN), neste último formato, constituída por transformação em empresa da Agência Nacional (criada e 1937 por Getúlio Vargas e que cooperava com o programa de rádio A Voz do Brasil, de 1935), então órgão autônomo da administração direta, por meio do decreto n. 83.993, de 19 de setembro de 1979.

Agência Brasil é uma agência de notícias brasileira fundada em 10 de maio de 1990 pela Radiobras, no governo Collor, em substituição à extinta Empresa Brasileira de Notícias, que por sua vez era continuidade da Agência Nacional, criada por Getúlio Vargas.

A Empresa Brasileira de Notícias (EBN) desempenhou um papel crucial no governo de João Figueiredo, sendo utilizada para promover a imagem do governo e divulgar as atividades dos primeiros três anos de sua gestão, conforme declaração do Vice-Presidente Aureliano Chaves. A EBN era a fonte de informação oficial e era utilizada para disseminar a narrativa do governo. 

Atualmente e desde 2007 no governo Lula, a Agência Brasil é pertencente à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que administra o conglomerado de mídia do Governo Federal Brasileiro. Desde 2003, a Agência Brasil passa por um processo de transformação editorial. Antes, restringia-se à cobertura de eventos do Governo Federal brasileiro. Atualmente, é uma agência de notícias pública, de acesso livre e abordagem pluralista.

Pública e independente, controlada pelo governo

A Agência Brasil completou portanto 35 anos dia 10 de maio, mantendo vivo o desafio de implementar uma comunicação pública que, além de dar voz às diversas camadas da sociedade, possibilita que essas vozes cheguem a todos os cantos do Brasil e do mundo, com a ajuda do serviço de língua estrangeira.

A Agência Brasil foi criada em 1990 pela Radiobrás, empresa a quem cabia difundir as notícias do governo federal. O primeiro passo visando a independência editorial necessária para, em um segundo momento, transformar o que era agência governamental em agência pública de notícias foi dado na segunda metade dos anos 1990, sob a gestão de Carlos Zarur.

Foi em 2007, durante o primeiro governo do presidente Lula, que a Radiobrás passou a se chamar Empresa Brasil de Comunicação (EBC), dando um passo significativo para a implementação de um sistema público de comunicação, integrado pela Agência Brasil e por outros veículos da EBC, como a Rádio Nacional e a TV Brasil.

Bucci, ex-presidente da Radiobrás

Essa transição teve início em 2003, quando Eugênio Bucci assumiu a presidência da Radiobrás: “Nós procuramos fazer com que a Agência Brasil pudesse fornecer informação de qualidade para todos os veículos de comunicação no Brasil. Isso despertou, no início, uma certa desconfiança de algumas agências, que achavam que a gente estava fazendo concorrência, mas, com o tempo, fomos demonstrando que, como dávamos tudo de forma igual para todo mundo, não havia uma concorrência, uma vez que as próprias agências comerciais poderiam ter no seu o cardápio as matérias publicadas pela Agência Brasil”, relembra Bucci.  Ele destaca ainda que, entre os critérios adotados para a produção de notícias, estava o interesse público.

Professor da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB), Fernando Paulino foi ouvidor-adjunto da EBC entre 2009 e 2012. Ele avalia que, enquanto agência pública de notícias, a Agência Brasil não é apenas um instrumento de acesso e circulação de informações. É também, segundo ele, um instrumento de prestação de contas importante para a democracia.

“A agência pública, ela é um instrumento de acesso à informação, de circulação de informações, de prestação de contas e, claro, com isso, de aperfeiçoamento da democracia, porque promove mais transparência e contribui para o maior envolvimento da população nas suas tomadas de decisão”, explica.

Por isso, o pesquisador da UnB afirma que é essencial haver compreensão por parte dos governantes, gestores e da sociedade de que a Agência Brasil, como instrumento de comunicação pública, tem potencial significativo para tratar de assuntos e temas relevantes que, por vezes, não estão na agenda dos veículos comerciais e privados.

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