Quando as chamadas celebridades instantâneas da Internet começaram a expor seus hábitos de vida na rede, muitos fizeram questão de não dar atenção. Afinal, que importância teria saber se alguém cortou o cabelo, usou um vestido do modelo x, y, z? O que se tem a ganhar ou perder com este tipo de informação?
Os tempos mudaram e o mercado de influenciadores digitais deve movimentar até US$ 7 bilhões no mundo em 2020. Estudos recentes mostram que a maioria dos internautas brasileiros segue personalidades nas redes sociais e até 50% destes seguidores consomem produtos indicados pelas novas vozes da era digital.
Mas, mesmo tendo milhões de seguidores, apenas postar determinado conteúdo não significa que o influenciador vá conseguir atingir a todo o público. As marcas precisam se comunicar com 100% dos seguidores de cada influenciador, fazer campanhas de remarketing e inclusive multisegmentar essa entrega por: idade, sexo, geolocalização, comportamento de compra, etc. Além disso, assim que se encerra o conteúdo orgânico de um story, é preciso amplificar a comunicação.
Os esforços do marketing e da publicidade para impulsionar a venda de produtos e serviços se voltaram para este novo mundo – e já entregaram resultados significativos. Apesar de toda a efervescência em torno de seus nomes e atitudes, ainda é preciso superar alguns obstáculos para convencer definitivamente o mercado publicitário sobre a eficácia das ações protagonizadas por influenciadores.
O problema é que o mercado ainda é muito incipiente no país e cresceu de forma desestruturada. Os influenciadores definem seus preços e não há critérios claros para os valores. Os profissionais de marketing se deparam com muitas dúvidas no momento de tomar uma decisão. Qual é o melhor nome? Qual o real nível de engajamento junto aos seus seguidores?
Havia uma ausência de ferramentas que propiciassem uma avaliação segura do engajamento que um influenciador pode gerar a cada momento sobre determinado público. Era até paradoxal que um segmento surgido da tecnologia operasse alheio a ela, sem se valer de AI, algoritmos e ferramentas disponíveis para gerar informações a partir de dados de forma instantânea.
Mas o profissionalismo e a tecnologia chegaram para acrescentar o que faltava. A startup Inflr, por exemplo, desenvolveu a primeira plataforma que conecta anunciantes à influenciadores dentro de um marketplace. Nela, os anunciantes promovem seus produtos e serviços utilizando a influência dos famosos junto a seus seguidores nas redes sociais. A plataforma gera relatórios em tempo real com os dados de cada campanha, para que as marcas e agências não dependam de relatórios manuais, enviados pelos próprios influenciadores. Além disso, a ferramenta consegue falar com 100% dos seguidores do influenciador.
Como resultado, a empresa, fundada em 2019, fechou os primeiros quatro meses de 2020 com um faturamento superior a R$ 5,4 milhões desenvolvendo projetos para marcas como Itaú, Droga Raia, Laureate, Porto Seguro, Heineken, GSK, Amstel, entre outras.
Já se vão longe os tempos em que não dar atenção aos influenciadores digitais era sinal de inteligência. Apoiados por profissionais competentes e equipados com a tecnologia correta eles se consolidaram como uma das mais fortes ferramentas de engajamento e convencimento de consumidores dos nossos dias.
*Thiago Cavalcante é sócio-diretor da Adaction e INFLR