O Dazn é o primeiro serviço de streaming live-on-demand centrado em esportes do mundo, liderando a iniciativa de oferecer aos fãs acesso ao esporte a qualquer hora, em qualquer lugar. E garante, sem nenhum contrato de longo prazo, um preço acessível (o primeiro mês é garátis) para acompanhar esportes em todos os dispositivos, incluindo Smart TVs, smartphones, tablets, videogames e PCs.
Sua atuação vai da Grã-Bretanha aos EUA, Canadá, Japão, Itália, Alemanha, Áustria e Suíça. E agora, Brasil. A plataforma também oferece uma variedade de atrações como basquete (Novo Basquete Brasil, Turkish Airlines EuroLeague e British All-Star Championship basketball), tênis (WTA) e automobilismo (NTT IndyCar Series).
Os fãs de luta podem acompanhar os combates de boxe da Matchroom Boxing USA, e de MMA da Professional Fighters League e Jungle Fight. O serviço também inclui conteúdo sob demanda, com séries e documentários sobre o mundo dos esportes. A seguir, a entrevista que Bruno Rocha, VP Executivo do DAZN do Brasil, concedeu para esta edição da Negócios da Comunicação.
O Perform Group foi criado em 2007 com a fusão da Premium TV Limited, provedor de soluções web para o setor do esporte, e o Inform Group, agência digital de direitos esportivos. A área de streaming foi criada em 2016 com o nome DAZN. O Perform Group fez série de aquisições e parcerias. Essa fórmula será adotada no Brasil?
Hoje o DAZN, que costumava se chamar Perform Group, vive um momento diferente do período de 2007, no qual a estratégia de aquisições fazia sentido. No Brasil, estamos focados em nosso serviço de streaming recém-lançado por aqui e com um conteúdo relevante para os assinantes, como Copa Sul-Americana, Copa Libertadores Feminina, Campeonato Brasileiro da Série C e do Paulistão Sub-20, além de partidas do futebol inglês, italiano, francês, norte-americano e japonês. Além de modalidades como basquete, boxe, automobilismo, tênis e MMA.
A associação com a Netshoes sinaliza direção em novos formatos de parcerias?
A parceria com a Netshoes é um exemplo de como gostaríamos de trabalhar. Por meio do acordo, a Netshoes se torna parceira de mídia do DAZN, oferecendo vantagens exclusivas aos seus clientes, como experiências em eventos esportivos de que o DAZN possui os direitos de transmissão e acessos a conteúdos exclusivos. A Netshoes também passou a ser anunciante nas transmissões da Copa Sul-Americana. Além disso, desenvolveremos branded content, projetos customizados, de acordo com as necessidades da Netshoes.
Um dos informes do DAZN adianta que “Sérgio Floris assume o posto de VP de conteúdo original, direitos e parcerias de conteúdo, com a criação de produções originais que a empresa fará no Brasil”. Dá para antecipar alguma dessas criações?
Produziremos uma variedade de conteúdos para satisfazer a paixão dos fãs, aproximando-os de histórias e das estrelas do esporte mundial. A série Versus, que já teve duas edições, com os duelos na Copa Sul-Americana entre Botafogo x Atlético MG e Corinthians x Fluminense é um exemplo desse conteúdo original brasileiro.
Outra produção original do DAZN Brasil em conjunto com o Grupo LX [empresa de marketing digital focada em negócios e imagem de esportistas], mostra todos os passos das duas delegações antes, durante e depois dos jogos, entrevistando jogadores e técnicos, além de cenas exclusivas de treinamentos, momentos de descontração nos vestiários, coletivas de imprensa. Agora produzimos uma nova série original chamada Sem Filtro: Flamengo, em parceria com a Conspiração.
Em nossa estratégia de criação original global, lançamos The Making Of, série idealizada por Grant Best, vice-presidente sênior de conteúdo original do DAZN. O lançamento ocorreu nos nove mercados em que estamos estabelecidos. The Making Of retrata as partidas mais icônicas dos nossos três embaixadores de marca: Cristiano Ronaldo, Neymar Jr. e José Mourinho. O mercado tem reagido tão bem que exibimos episódios de Versus e The Making Of em festivais de cinema no Brasil.
Em dezembro de 2014, Perform Group fechou um acordo de dez anos com o valor de meio bilhão de dólares com a Associação de Tênis Feminino (WTA), os maiores valores para transmissão ao vivo na história da WTA e do esporte feminino. Aqui no Brasil, haverá parcerias como essa? O que virá depois do futebol?
Analisamos todas as oportunidades de direitos de transmissão disponíveis no mercado. Faz parte da nossa política não especular possibilidades, mas divulgar quando os acordos já estiverem firmados. Foi o que fizemos recentemente, por exemplo, com a NBB (Novo Basquete Brasil) e com a Jungle Fight, maior torneio de MMA do Brasil. Estamos abertos a adquirir direitos além do futebol, que façam sentido para nossos clientes e adicionem valor a nosso portfólio.
Ainda sobre monetização. Nas transmissões por streaming há venda de espaço publicitário? Será essa a missão do VP Maurício Costa? O ingresso publicitário é dividido com clubes?
O esporte atrai por si investimentos em publicidade e no caso das transmissões via streaming não seria diferente. Quando iniciamos nosso serviço, há três anos, havia um entendimento de que não deveríamos comercializar espaços publicitários, mas com o tempo entendemos que, quando se trata de esporte, publicidade não é percebida como interrupção.
Os jogos, em diferentes modalidades esportivas, têm intervalos que fazem parte da dinâmica. Fizemos pesquisas com os assinantes e entendemos que a maioria, inclusive, gosta de ver anúncios nas transmissões. Hoje, publicidade também é conteúdo. No Brasil, conversamos com grandes marcas e temos anunciantes como Netshoes, Governo do Pará, Wine, 1xBet [maior site de apostas no mundo], entre outras. Como VP de Mídia do DAZN Brasil, essa é uma das funções do Maurício Costa e seu time.
Aqui, além do futebol, que outros esportes estão na mira?
No Brasil, o futebol é o nosso carro-chefe e não poderia ser diferente, pois a modalidade é uma paixão nacional, mas todos os esportes estão na nossa mira. Hoje, na plataforma, temos futebol, basquete, tênis, lutas e esportes de velocidade, mas também dardos, snooker, pesca. A ideia é crescer esse portfólio cada vez mais.
Como avalia as possibilidades do basquete?
Esse é um universo com que tenho muita familiaridade por já ter trabalhado na maior liga do mundo, a NBA, e sei do potencial que este esporte tem no Brasil, com fãs apaixonados e engajados. Fechamos com a NBA G League, torneio de tiro curto de que participa o Flamengo, que tem uma das maiores torcidas do país e é o atual campeão nacional de basquete. Temos ainda os direitos para transmitir mais de 120 jogos exclusivos da NBB, principal torneio do país.
Em maio, o senhor disse que o balanço deste começo era muito positivo, principalmente em termos de conhecimento da marca. Com o engajamento mais alto que o esperado, batendo o recorde de live stream do YouTube no Brasil, com a partida entre Corinthians e Racing, pela Copa Sul-Americana. A transmissão teve pico de audiência de 438.977 pessoas. O otimismo continua em alta na plataforma?
Com toda a certeza seguimos cada vez mais otimistas. Desde o lançamento estamos trabalhando firme para mudar a forma como o esporte é consumido pelo torcedor brasileiro. Em maio, em nosso lançamento, anunciamos os diretos de importantes campeonatos, como Copa Sul-Americana, Brasileirão Série C, Ligue 1 (francês) e Série A (italiano). Desde então, não só o portfólio de futebol foi reforçado, mas o de outras modalidades. As aquisições de Premier League (inglês), Copa Libertadores Feminina, NBB, PFL, Jungle Fight, Fórmula Indy e Fórmula 2, entre outros, fazem com que o DAZN se torne cada vez mais relevante aqui.
Como está a questão de parcerias? Por exemplo, a do DAZN com a RedeTV terá continuidade?
Esse acordo faz parte do nosso plano de ampliar a visibilidade do DAZN no País e hoje ela continua em outro formato para a Copa Sul-Americana, com a exibição de VTs após os jogos, além de jogos selecionados da Série A do campeonato italiano. Com a Band Nordeste, temos parceria para transmitir alguns jogos do Brasileirão Série C e, claro, estamos abertos a novos projetos com essas e outras emissoras, desde que façam sentido para nossa estratégia de negócio e para nossos assinantes.
O Campeonato Brasileiro está na mira? E a Libertadores?
Em setembro adquirimos os direitos pela Copa Libertadores Feminina, o mais importante torneio da América do Sul. Sabemos da importância de direitos como a Libertadores masculina, mas ela só estará disponível a partir de 2023. A Série A do Campeonato Brasileiro, por exemplo, poderá ter seus direitos adquiridos apenas a partir de 2025. Estamos atentos aos direitos de transmissão esportiva disponíveis para adquirir as que fazem mais sentido para nossa plataforma e nossos assinantes.
Como anda a pirataria? Dados da MUSO, consultoria britânica que rastreia pirataria na web, apontam que o Brasil é o quarto país que mais consome conteúdo ilegal no mundo.
A pirataria não é só um problema para o DAZN, muito menos para os serviços de streaming esportivo, é um problema em todos os mercados do mundo e em diferentes frentes. Em nosso caso, temos tecnologia de ponta e equipes especializadas que monitoram os canais que transmitem nossos conteúdos de forma ilegal e tomamos as atitudes cabíveis para cada caso.
Estamos combatendo a pirataria globalmente, mas essa é uma missão árdua e de longo prazo. E, claro, boa parte dela tem a ver com o comportamento das pessoas. É uma transformação cultural que precisa ser feita, não apenas por meio de ações paliativas, mas por meio de campanhas educacionais como essa que fizemos em parceria com os clubes brasileiros envolvidos na Copa Sul-Americana. Quando um conteúdo é pirateado, todos perdem.