A comunicação nas agências vive um novo cenário, em que, mais do que releases disparados para os jornalistas, elas precisam pensar em novas formas de atingir o resultado esperado e nos novos produtores de conteúdo que estão, cada vez mais, sendo interlocutores das marcas.
“Nesse novo contexto, as agências de comunicação e RP têm um papel estratégico para as marcas: buscar a inovação e a diferenciação, fortalecer iniciativas de comunicação fora das mídias, identificar oportunidades em espaços editoriais cada vez mais enxutos, mapear novos territórios e comunidades para estabelecer novas conversas”, diz Andrea Lie Iwamizu, diretora sênior da LLORENTE & CUENCA. Para a executiva, também é necessário explorar alternativas, como microinfluenciadores, que vivenciem as marcas com as quais realmente tenham afinidade, fator essencial para que as recomendem de forma mais assertiva e efetiva.
De acordo com Andrea, o papel estratégico das agências passa também pela adequação de novas tendências, ideias e plataformas que possam contribuir, de fato, com cada marca e seus objetivos de negócios. Para Cristina Schachtitz, vice-presidente executiva de Engajamento Corporativo na Edelman, com as redes sociais, as formas de alcançar o público e de se comunicar com ele mudaram consideravelmente. “Os canais se ampliaram e as mensagens deixaram de ser verticais para serem horizontais. Hoje ninguém mais senta para ouvir uma marca se não se interessar por ela e pelo o que está sendo dito e se não puder se relacionar diretamente”, explica. Para a VP, pessoas buscam a identificação e possibilidade de engajamento que os veículos tradicionais não proporcionam.
Reforçando essa tendência, Fernanda Dabori, presidente da Advice Corporativa, explica que o papel das agências é exatamente traçar a melhor estratégia com foco nos objetivos do cliente para qual o melhor canal para cada cliente e produto. “Apenas como exemplo, investir em determinado influenciador pensando somente nos números e não na adequação do perfil, conteúdo, público e engajamento pode não trazer nenhum resultado”, explana Fernanda. Ela também acredita que é necessário fazer também a gestão dessa relação, para que todas as partes se sintam respeitadas. “O papel das agências é mais amplo, mais estratégico e consultivo conclui”.
Como o público se informa muito por várias mídias ao mesmo tempo, as agências precisam contemplar todos os meios. Segundo a pesquisa Consumo de Notícias do Brasileiro, realizada em parceria entre a Advice Comunicação Corporativa e a BonusQuest, 46% das pessoas têm o hábito de se informar por ao menos 3 ou 4 tipos de veículos de comunicação, 17% consultam entre 5 e 6 veículos e somente 14% se informam por uma fonte única. “Então nenhuma estratégia deve ser isolada. Mudou a forma como a notícia é distribuída, mais difusa e portanto, as estratégias precisam contemplar todas as mídias, das tradicionais, as proprietárias, aos novos influenciadores ou micro influenciadores e até ao branded content nos veículos tradicionais”, conta Fernanda Dabori.