Hoje nos reposicionamos e somos o Mundo Mesa – Núcleo de Inteligência em Gastronomia. Nosso negócio é comida e tudo o que está vinculado a isto”, resume Mariella Lazzaretti, fundadora e diretora da editora 4 Capas. O principal produto, a Prazeres da Mesa, por exemplo, ultrapassou os limites de uma revista e hoje carrega um modelo de atuação 360 graus. “Imaginamos que a mídia impressa realmente sobreviverá se estiver agregada a um conteúdo digital forte e buscando oferecer conexões de modelos variados, seja na forma de simpósios, encontros, palestras, eventos – que rumem ao encontro do interesse do trade e do público final”, explica.
A análise de Mariella sintetiza os principais movimentos que têm ocorrido no mercado editorial. Afinal, qual será o formato de negócio para o impresso que irá sobreviver no futuro online? A resposta não é exata, como sinalizam os principais publishers do país. Mas o consenso aponta para a união de plataformas, adequação dos enfoques e, principalmente, conteúdo relevante.
Integração
“Estamos conscientes de que é da integração entre o digital e o papel que sairá nosso modelo de negócio para os próximos anos”, afirma Walter Longo, presidente do Grupo Abril, que destaca a importância dos negócios complementares, representados pela oferta conjunta das áreas de mídia impressa e digital, além de eventos, big data, logística, serviços de impressão, gestão de assinaturas, licenciamento e conteúdo customizado.
O executivo, inclusive, tem se dedicado a discutir de forma ampla o futuro das publicações, em entrevistas, seminários e palestras. “Além de explorar todo o potencial das marcas editoriais em outras plataformas, também estamos investindo numa nova geração de revistas para uma nova geração de leitores, complementando nossa missão de mídia com as atividades de marketplace”, comenta o presidente.
Silvino Brasolotto Jr., diretor do Grupo Alto Astral, reforça a análise de que o conjunto entre revista, digital, projetos especiais e engajamento com seus leitores é que faz com que o modelo seja vencedor. “Somente os meios de comunicação conseguem atrelar marca, conteúdo e relacionamento com o leitor – que também é um consumidor”, diz.
A Trip Editora é outra que tem diversificado suas novas parcerias comerciais. Paulo Lima, presidente da editora, conta que, recentemente, a empresa produziu 200 vídeos para a Nestlé – marca que já era parceira no ramo editorial. “Cada vez mais, tem aumentado o espaço para quem sabe editar”, garante. O “óculos e o olhar” acumulado em tantos anos de trabalho com a Trip está sendo procurado pelo mercado, que busca soluções para seu público-alvo, em “uma série de interligações que ainda sequer possuem nome”, adianta. Nesse fluxo de transições e novos posicionamentos, muito se engana quem acredita que o papel tenha perdido força no processo: diversas pesquisas apontam para a força do meio e a confiança junto aos anunciantes.