A indústria de tecnologia é certamente uma das principais responsáveis por grandes transformações na forma como vivemos. Democratização da internet por meio dos smartphones, surgimento dos vestíveis, drones e da Realidade Virtual são alguns dos avanços que, se ainda não fazem parte da sua vida, em breve farão. Experiências digitais e online já estão no nosso dia a dia e isso não tem volta. Exatamente por isso, me peguei pensando o quanto desses hábitos se refletem no meu ofício.
Como especialista em comunicação para empresas de tecnologia, desenvolvo estratégias para engajar as diversas audiências de cada marca em múltiplos canais. Em geral, me deparo com visões ainda conservadoras. Algumas vezes, o foco é apenas o press release na tentativa de emplacar reportagens nos principais veículos, apesar da queda dos espaços editoriais.
É claro que conquistar esses espaços é importante e muito valioso, gera retorno e deve sempre ser considerado. Mas me refiro ao que mais pode ser feito. Em princípio, poderia me apropriar das inovações das marcas e ousar na forma como implementamos a comunicação, promovendo experiências às pessoas com quem as marcas querem e devem se relacionar. A boa notícia é que há empresas que começam a explorar o poder de suas inovações para potencializar sua comunicação institucional.
A Wacom, empresa de produtos tecnológicos para arte digital e criatividade, durante um evento com jornalistas e influenciadores, ao invés de fazer apenas uma apresentação da mesa digitalizadora da marca, colocou um ilustrador para criar caricaturas dos convidados, que podiam ser compartilhadas em suas redes sociais.
Missão cumprida: produto apresentado e relacionamento iniciado. Já a AMD, fornecedora de tecnologias de computação de alta-performance, gráficos e de visualização, por meio da parceria com a 20th Century Fox, New Regency, Ubisoft Motion Pictures e estúdio Practical Magic, ofereceu a consumidores, jornalistas e convidados a oportunidade de vivenciar – por meio de Realidade Virtual – as mesmas sensações do protagonista do filme Assassin’s Creed em uma ativação nos cinemas de Buenos Aires. A mesma técnica foi usada pelo Tourism Australia que, desenvolveu uma campanha de promoção de seus destinos costeiros baseada em vídeos 360º.
Com a Realidade Virtual, jornalistas, influenciadores, operadores de luxo e também consumidores finais tiveram uma experiência imersiva com um tour virtual pelo país. Mais interessante que um álbum de fotos, não? Detalhe: essa última não é uma empresa de tecnologia, mas usou o que há de mais contemporâneo a seu favor.
Se o mercado ainda é um tanto conservador, cabe a nós, comunicadores, transformar o que era ficção científica em ferramentas efetivas de comunicação. Reflexo da identidade da marca e de seu comportamento, ações pautadas pela tecnologia poderiam ser facilmente adotadas por empresas deste segmento. Entretanto, isso é apenas um meio, disponível a todas as marcas que tenham o entendimento de como esta integração pode ser usada para potencializar seus resultados.